Agências funerárias da França transportam corpos para Portugal

Donos de funerárias na região parisiense contam como ocorre o translado e relatam um aumento entre 30% a 40% em volume de trabalho desde o início da pandemia.

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Coronavírus: Agências funerárias da França transportam corpos para Portugal (Foto: CWB)

As agências na região parisiense de portugueses estão fazendo o translado de corpos de mortos para Portugal e afirmam que têm lidado com casos de portugueses mortos na França devido à pandemia do novo coronavírus, a Covid-19.

“Sim, temos casos de portugueses mortos por Covid-19. Alguns até já levámos para Portugal. Muitos ficam na França, por outros motivos, como estar com toda a família no país”, afirmou Joaquim Cardoso, dona de uma funerária, em entrevista a publicação portuguesa Lusa.

De acordo com a publicação, ainda não há o número total de portugueses ou lusodescendentes que morreram na França devido à Covid-19.

O empresário Joaquim Cardoso diz que tem visto um aumento no seu volume de trabalho entre 30% a 40% desde o início da pandemia na França e que as medidas segurança são todas rigorosamente cumpridas, incluindo nos transportes dos corpos para Portugal.

“Nos primeiros transportes as famílias não podiam acompanhar porque tinham de ficar 14 dias em Portugal, em quarentena”, disse Joaquim Cardoso, garantindo que passar pela fronteira da Espanha “é o mais complicado”.

Também Elodie Alves, proprietária de funerária, relata a mesma situação e confirma que tem lidado com casos de portugueses que morreram na França devido ao novo coronavírus. “Temos que ter precauções diferentes agora. Colocamos uma proteção a mais em volta da urna. A única coisa que é importante saber é que nós podemos atravessar fronteiras, mas não levamos família conosco, as famílias acompanham em seu próprio carro e podem ser rejeitados na fronteira com Espanha”, afirmou.

No entanto, a agência oferece outra opção: “Se as famílias não optarem que a pessoa seja transladada sem que os familiares vão ao funeral, nós propomos, dependendo das cidades, enterrar o corpo num jazigo provisório em cimento e podemos deixar o corpo lá por seis meses no máximo. Quando a pandemia for embora, tiramos a urna dessa sepultura e levamos a urna para Portugal”.

Elodie Alves disse que 98% dos funerais que organiza atualmente estão ligados à Covid-19 e que as pessoas estão conformadas com as restrições no luto. “Não tive pessoas agressivas e estão todos lidando bem, dentro do possível, com a situação que estamos vivendo”, disse a empresária.

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