Portugal reinventa turismo para recuperar economia local no pós-pandemia

País lançou campanha para incentivar moradores a conhecerem as aldeias e o interior do país.  População colocou o carro na estrada e atendeu chamado do governo durante o verão. Novas rotas levaram os residentes para regiões cercadas por natureza e com espaços para atividades ao ar livre e isolamento social. Movimentação ajudou o pequeno comércio a manter as portas abertas. 

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Com serra e campo, marante é um dos tesouros redescobertos próximo ao Porto. (Foto Shutterstock)

A atividade turística em Portugal, conforme era esperado, deu sinais de recuperação durante os dias mais quentes de verão. Entretanto, a novidade é que os responsáveis por salvar o pequeno comércio local foram os mais de 700 mil residentes do próprio país que colocaram o carro na estrada e criaram novas rotas de visitação, principalmente, em locais aparentemente imunes ao covid-19 e rodeados por natureza. Até o começo de setembro, Portugal registrava 41 municípios livres do coronavírus _ dados do boletim epidemiológico Direção-Geral da Saúde (DGS). 

Com as fronteiras restritas a entrada de turistas de alguns países de fora da União Europeia, entre eles Brasil e EUA,  o governo português incentivou a população a valorizar o turismo interno. Com campanhas voltadas a chamar os moradores para redescobrirem novos lugares “cá dentro”,  a oferta surtiu efeito. Portugueses e imigrantes que residem no país apostaram no turismo pelo interior e  conheceram novos encantos do país.

Sistelo, o Tibete português foi eleito paraíso escondido pela Forbes. (FotoShutterstock)

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE),  foram registrados, em julho, um milhão de hóspedes em alojamentos turísticos portugueses. A região do Alentejo foi a que mais cresceu. O Jornal o Globo publicou em edição desta segunda-feira (28) reportagem divulgando novas rotas de turismo na Região Central do país:

  • Amarante
  • Lamego
  • Vila Nova de Foz Coa
  • Marialva
  • Idanha-a-Velha
  • Casal de São Simão
  • Elvas
  • Monforte

Entre outras cidadezinhas fazem parte do novo roteiro.  A característica principal do turismo nestes municípios são atividades ao ar livre nas extensas  áreas verdes e a possibilidade de cumprir o isolamento social recomendado pela DGS. 

Comboio Histórico

Comboio Histórico do Douro foi atração no verão português. (Foto Divulgação/CP)

Outra atividade que marcou o verão dos portugueses foi a retomada dos passeios no comboio histórico da Linha do Douro, que voltou a operar desde junho. Estavam previstas 23 viagens, aos sábados e no feriado de 15 de agosto.  Entretanto, a atividade está fazendo tamanho sucesso que há mais viagens disponíveis para o Comboio Histórico do Douro. A CP colocou a venda de bilhetes para os dias 3 e 10 de outubro no comboio que faz a ligação entre as estações da Régua e do Tua.

O circuito foi inaugurado no fim da década de 90. A Maria Fumaça puxa cinco vagões históricos de madeira datados do início do século XX. O passeio sai do Peso da Régua, em Vila Real, e segue até Tua, em Carrazeda de Ansiães, em Bragança.  A viagem acompanha o leito do Douro e as vinhas em socalco, um trecho incluído no Patrimônio Mundial da UNESCO

Outra curiosidade  é que a empresa que administra os comboio (trens) do país está oferecendo a possibilidade de os clientes reservarem o passeio para eventos especiais. O  valor, entretanto, é sob consulta.

Os bilhetes podem ser comprados aqui neste link.

Emprego Interior Mais

E não é só o turismo que está atraindo os portugueses e imigrantes para o interior do país. Para quem procura emprego em Portugal, o governo abriu em agosto as candidaturas para o programa de subsídio para quem aceitar trabalhar e mudar com a família para aquela região. As oportunidades fazem parte do programa Emprego Interior MAIS, que quer atrair mão de obra para o interior de Portugal.

Especialista em imigração, a advogada Catarina Zuccaro, do Acesso Europa, explica que para cada trabalhador será pago até 2.633 euros, após a celebração de contrato de trabalho. A Dra Catarina explica que o benefício será ainda maior para quem levar a família inteira:

“Por cada agregado familiar será pago mais 20%, com teto máximo de 1.316. O valor máximo a ser recebido pode chegar a 4.827 euros. As custas da mudança também serão pagas pelo programa, até o limite de 827 euros. O governo está empenhado em aquecer a economia do interior do país. Há outros incentivos para quem decidir morar naquela região, incluindo benefícios e bolsas para estudantes”, comenta a advogada.

As inscrições para receber o subsídio são feitas no site do IEFP no prazo de 90 dias depois de celebrado o contrato de trabalho. Interessados em abrir o próprio negócio no interior também terão direito aos incentivos financeiros.

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