Rebelo de Sousa teve 60,7% dos votos e a candidata socialista Ana Gomes ficou com 12,97%. André Ventura, do partido de extrema-direita Chega ficou em terceiro com 11,9%. Índice de abstenção foi de 60,51% em meio ao agravamento da pandemia de Covid-19.
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Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito presidente de Portugal neste domingo (24), ao obter 60,7% dos votos. Em segundo lugar ficou a candidata socialista Ana Gomes, com 12,97%, e em terceiro André Ventura, com 11,9%.
No total, o atual presidente teve 2.533.799 votos, enquanto a segunda colocada teve 541.345 e o terceiro 496.583, de acordo com a emissora RTP. A abstenção foi de 60,51%.
Após a confirmação oficial de sua vitória, Rebelo afirmou que “Temos de reenconcontrar o que ficou perdido. Fazer esquecer as xenofobias, as exclusões, os medos. Temos de valorizar as inclusões, os afetos, as cidadanias”.
“A melhor homenagem que podemos prestar aos mortos é cuidar dos vivos e com eles recriar Portugal”, disse o presidente reeleito.
“Os portugueses não querem uma pandemia infindável, uma crise sem termos à vista, um empobrecimento agravado, um recuo em relação a outras sociedades europeias, um sistema político lento a perceber a mudança e um extremismo nas pessoas, atitudes e vida social e política, e querem uma pandemia dominada o mais rápido possível, uma presidência da União Europeia fortalecendo o papel de Portugal e do mundo”, acrescentou.
Rebelo, de 72 anos, chegou a sofrer uma queda nas pesquisas de intenção de voto, especialmente após o agravamento da pandemia de Covid-19 no país nas últimas semanas.
Mas, aparentemente, funcionou seu apelo para que se evitasse mais três semanas de campanha, levando a decisão a um segundo turno, e os eleitores acreditaram em sua promessa de transformar o combate ao coronavírus em prioridade máxima.
Sete candidatos concorriam à presidência, mas havia oito candidatos no boletim de voto. Isto porque que um dos concorrentes, Eduardo Baptista, o primeiro da lista, não se qualificou, mas acabou incluído na versão final do documento. Os boletins foram impressos antes da Comissão Nacional Eleitoral dar seu parecer sobre a regularização das candidaturas, de acordo com a RFI.
Em Portugal, o chefe de Estado não tem poder executivo, mas pode dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas em caso de crise política. Rebelo de Sousa conviveu até agora sem maiores atritos com o primeiro-ministro socialista, António Costa, que deu apoio oficioso à sua reeleição.
Abstenção
O medo da Covid-19 provocou um grande índice de abstenção, mas não um recorde, como chegou a ser previsto. O número de eleitores a comparecer aos centros de votação teria ficado abaixo do registrado em 2016, mas acima do número de 2011. O voto não é obrigatório em Portugal.
Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, até às 16 horas, 35,44% dos eleitores tinham votado. Nas últimas eleições presidenciais, em 24 de janeiro de 2016, à mesma hora, esse número era de 37,69%. Em 2011, foi de 35,16%.
Ao final, o índice de abstenção foi de 60,51%: 6.530.350 portugueses deixaram de votar.
Pandemia
O país de 10 milhões de habitantes está passando por um grave surto de pandemia desde o final de 2020, quando regras de distanciamento e prevenção foram relaxadas no período de Natal, com a maior média anual de novos casos e mortes per capita em sete dias.
As autoridades relataram um número recorde diário de 274 mortes e mais de 15.300 novos casos no sábado (23), com fila de ambulâncias por várias horas em hospitais lotados.
Já o governo de Portugal identificou na sexta-feira (22) o primeiro caso de infecção por coronavírus ligado a uma variante sul-africana, outra das mutações recentes do Sars-Cov-2 apontada como de alta transmissão.