Saulo Vasconcelos vai mudar para Portugal e quer transformar o pais em polo mundial de musicais


Por Ubiratan Brasil.

O artista faz espetáculo de despedida em São Paulo, ‘Sharing Voices’, antes de mudar para Portugal, onde vai montar uma empresa de produção.

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Ator Saulo Vasconcelos é pioneiro do teatro musical no Brasil. (Foto: Werther Santana/Estadão)

Um dos pioneiros na consolidação dos musicais no Brasil nesta nova fase, o ator Saulo Vasconcelos vai se mudar para Portugal, onde pretende também fazer História: entre seus projetos, está o de transformar o pequeno país em um polo mundial do gênero, tanto na recepção de produções estrangeiras como na criação original. “Esse é o meu plano mais ambicioso e, como primeiro passo, vou fazer um show lá ao lado de outra grande conhecedora de musicais, Carolina Puntel, que fez Fantasma da Ópera comigo, em 2005”, conta Vasconcelos que, para não deixar os fãs brasileiros sem uma despedida à altura, apresenta nesta terça-feira, 19, uma edição especial do show que vem apresentando há quatro anos, o Sharing Voices.

Vasconcelos vai se fixar na cidade de Coimbra, onde pretende abrir uma empresa voltada para a educação e também produção de espetáculos. “Escolhi Coimbra por ser uma cidade mais tranquila que Lisboa e Porto, menos turística e com grande interesse pelas artes”, explica o ator de 45 anos. “Durante minhas pesquisas, fui bem recebido por lá e terei como sócio Diogo Carvalho, que já dirige espetáculos e é um grande admirador de musicais.”

Ele notou, em suas viagens de prospecção, que, apesar de contar com um público amante de musicais, Portugal não tem produção própria – apenas recebe turnês de fim de semana de companhias que se apresentam em inglês. Assim, ao lado de Carolina, ele pretende fazer um show com um repertório com canções pinçadas das principais produções contemporâneas, como Fantasma da Ópera, Cats, Mamma Mia!, Les Misérables, West Side Story. “Já contratamos um profissional para fazer a orquestração e contamos também com uma empresa especializada em entretenimento, a Yellow Star Company, que vai lançar o projeto em abril ou maio”, conta Saulo Vasconcelos, que também vai investir em educação.

“Portugal será minha nova sede, mas não vou abandonar o Brasil, pois não é possível abandonar o passado”, conta o ator que, no Sharing Voices Special Edition, contará com a companhia de grandes amigos que conheceu graças no fazer de musicais. É o caso dos atores Kiara Sasso, com quem contracenou sete vezes em diferentes produções, Alírio Netto, atual vocalista do tributo oficial da banda Queen que está em turnê pelo mundo e que Saulo conheceu quando morou no México, e Leonardo Neiva, intérprete de ópera, amigo há 20 anos, quando se conheceram em Brasília, e com quem Saulo trocou ideias sobre o Fantasma, espetáculo do qual Neiva participou recentemente. A lista se completa com a compositora Adriana Mezzadri. “São convidados que, juntos, parecem formar um elenco all star de musicais”, brinca.

Saulo Vasconcelos, ator de peças musicais como Mamma Mia!, O Fantasma da Ópera, Os Miseráveis e Cats. (Foto-Sincodiv-SP/A. Freire)

O projeto nasceu há quatro anos a partir da parceria com o guitarrista, cantor, compositor, arranjador, diretor e produtor musical Léo Mancini. “Depois de se apresentar para centenas de pessoas em cada espetáculo, que é uma marca dos musicais, busquei algo mais intimista. Com o Léo, fizemos uma apresentação para 50 pessoas, o que me ajudou a entender isso”, explica. Mas, como não podia ser diferente, o Sharing Voices atraiu cada vez mais público e passou a ocupar teatros maiores. “Apesar desse crescimento, o projeto foi essencial para mim, pois me possibilitou conhecer uma nova forma de cantar sem precisar entrar na pele de um personagem e ser obrigado a contar uma história.”

A fila de convidados tornou-se extensa e contou com nomes como Daniel Boaventura, Tiago Abravanel e Luiz Fernando Venturelli, entre outros. Tantas apresentações culminaram com o show Por Trás das Máscaras, em 2018, quando Vasconcelos festejou 20 anos de carreira também com o lançamento de sua autobiografia.

É justamente esse Saulo Vasconcelos mais autêntico e desprovido de personagens que desponta no show dessa noite, que conta com um roteiro escrito por Jonathas Joba, outro expoente da primeira geração do musical brasileiro surgida no final dos anos 1990 e colega de Saulo em A Bela e a Fera. Em cena, Joba apresenta Saulo Vasconcelos como um cantor sem máscara, um showman de fato.

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