Por Carolina Marins.
Quando montar a Árvore de Natal? No comércio, é comum ver os enfeites natalinos presentes cada vez mais cedo, numa tentativa de animar o consumidor a iniciar o quanto antes as compras de fim de ano. E para aqueles que observam calendário religioso, a data também varia em função do país e das respectivas tradições.
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Nos Estados Unidos, por exemplo, é comum as decorações surgirem somente após o feriado de Ação de Graças. Outros países, como Portugal, utilizam o dia de Imaculada Conceição como referência — a data será celebrada neste sábado (7).
No Brasil, a referência mais comumente observada é o calendário litúrgico da Igreja Católica, diferente do calendário civil. De acordo com essa tradição, o ano litúrgico se inicia no dia do Advento — o quarto domingo antes do Natal, que este ano caiu no último dia 2. Pela tradição, essas quatro semanas servem de preparação para o dia do nascimento de Jesus, por isso, cada parte da decoração deve ser colocada conforme se aproxima o dia 25.
Seguindo esta ideia, a árvore deve ser colocada no primeiro dia do Advento e sua decoração cresce no decorrer dos dias, para que ela chegue completa até o natal. A mesma lógica se aplica ao presépio: cada peça deve ser acrescentada aos poucos, com José e Maria chegando apenas na véspera e terminando com os três Reis Magos no dia 6 de janeiro.
Não antes do dia de Ação de Graças
Nos Estados Unidos, apesar da pressão do comércio, há uma regra social razoavelmente respeitada: não se coloca a árvore antes do Dia de Ação de Graças.
Passado o feriado, na quarta quinta-feira de novembro, os americanos se sentem livres para começar a decoração. A tradicional árvore, colocada em frente à Casa Branca e decorada pela família do presidente, foi acesa no dia 26 este ano, pouco depois do feriado.
No Canadá também há uma regra semelhante. As festividades começam apenas no Dia da Lembrança, em 11 de novembro, por respeito à memória dos soldados mortos na Primeira Guerra.
Dia de Imaculada Conceição e véspera
Em países como Espanha, Itália, Irlanda e alguns da América Latina – majoritariamente católicos – é utilizado o dia de Imaculada Conceição, em 8 de dezembro, como guia para as decorações. A data, que chega a ser feriado em alguns locais, celebra o dia da Virgem Maria e dá o pontapé inicial para celebrar o nascimento de Jesus Cristo.
Na Alemanha, onde a tradição da árvore enfeitada dentro de casa teria supostamente começado, o costume das famílias é montar somente na véspera. Mas muitas cidades montam árvores de Natal públicas antes disso.
Já sobre a desmontagem, é quase consensual que ela deve ocorrer em 6 de janeiro, o dia da Epifania, quando os Reis Magos visitaram Jesus, segundo a tradição cristã. Mas há quem prefira desmontar no dia 2, data em que Maria teria apresentado o recém-nascido.
Vaticano e Igreja Ortodoxa
Curiosamente, o Vaticano não utiliza nenhuma das datas citadas, tanto para montagem quando retirada de sua tradicional árvore. Com 21 metros de altura, a árvore deste ano será inaugurada em 7 de dezembro, quando começa o Ciclo do Natal na Igreja Católica. A retirada ocorre no dia 13 de janeiro, quando é comemorado o batismo de Jesus e o fim do ciclo.
Na Rússia e em outros países de religião católica ortodoxa, a árvore pode ser montada após o dia 25 de dezembro. Isso porque, na igreja ortodoxa, o natal não se comemora no dia 25 e sim no dia 7 de janeiro. Além disso, a árvore não é “de natal” e sim para celebrar o ano novo. Sua decoração é um grande evento público na Rússia e na Turquia.
A tradição da árvore
Não se tem certeza sobre a origem do ritual de montar uma árvore para as festividades de natal e ano novo. Existem evidências que apontam a cultura vindo da antiguidade. No entanto, a história mais comum é que ela tenha vindo da Alemanha, com Martinho Lutero.
Embora não tenha sido ele o primeiro a decorar uma árvore para a data (acredita-se que alguém na Letônia o fez pela primeira vez), foi ele quem teve a ideia de levá-la para dentro de casa.
A escolha da árvore não é aleatória. Antigas civilizações já consideravam as árvores como símbolos divinos. A Igreja Católica tentou erradicar a prática pagã, mas quando não conseguiu, adotou para si e justificou o formato triangular do pinheiro como a Santíssima Trindade.
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