Por Gian Amato e Sérgio Matsuura.
Para atrair negócios inovadores, governo do país oferece até bolsas para empreendedores.
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Conhecido pelo bacalhau, pelos vinhos e pelo fado, Portugal está se transformando num dos principais centros de inovação do Velho Continente. Para sair da crise econômica que afundou o país no início da década, uma das apostas do governo foi o incentivo ao empreendedorismo para gerar riqueza e empregos, que começa a dar frutos. Lisboa já se tornou sede de um dos maiores eventos da indústria de tecnologia e, no ano passado, o volume de investimentos de risco (venture capital) em Portugal cresceu o dobro da média europeia.
— Não é errado dizer que Lisboa está ingressando na elite global de hubs para start-ups, comparável a Londres, Nova York e Berlim — diz Simon Schaefer, que levou a experiência do ecossistema alemão para a Startup Portugal, agência criada para fomentar o setor no país. — Hoje, o empreendedorismo dá uma contribuição à economia maior que o mercado imobiliário.
Para atrair empreendedores do mundo tudo, o governo português criou uma estratégia nacional que conta com uma série de incentivos para quem tem boas ideias para viabilizar negócios inovadores.
Entre eles estão a concessão de uma espécie de bolsa com um apoio financeiro mensal para os primeiros passos do empreendedor, ajuda financeira para os primeiros passos do negócio e vistos especiais de residência no país, porta de entrada para o mercado da União Europeia.
Serviços, tecnologia e turismo dão o empurrão
Os serviços contribuíram com a maior fatia: foram criadas 11.052 empresas no sector desde o início do ano, um aumento homólogo de 8,9%. Dentro desta categoria estão os “serviços profissionais às empresas, serviços de saúde, as actividades de animação turística e agências de viagens”.
Para além do mencionado, o turismo impulsiona ainda outras actividades. No sector imobiliário contam-se 659 nascimentos este ano, um salto de 23,8%, com especial preponderância em Lisboa e no Porto. Na construção o crescimento foi de 19,1%, com o surgimento de 513 novas empresas. Por fim, os negócios de transportes dispararam 54,4%, assistindo-se a 481 nascimentos sobretudo no transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros, que mais que duplicou nos primeiros nove meses de 2018.
Em paralelo, o sector das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) deu origem a 1.337 entidades desde o início de 2018. Em particular, o sector das telecomunicações quase duplicou a constituição de novas empresas na última década.
Setúbal e Lisboa são as que mais acolhem
Setúbal destaca-se no mapa com um crescimento de 19,5% no número de empresas que tiveram a cidade como berço este ano. Segue-se Lisboa, com um aumento de 13,9% no número de firmas a despontar nas sete colinas. A capital é simultaneamente o distrito com o maior número de novas empresas – 11.769 – seguido do Porto, com 6.062 novas entidades.
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