Portugal vai reabrir !!! Pequenos comércios e salões de beleza voltam a partir de 4 de maio

Primeiro-ministro detalhou nesta quinta-feira um plano trifásico de desconfinamento gradual do país, mas disse que se o número de casos confirmados voltar a subir, ele não terá ‘vergonha de dar um passo atrás’.

LEIA TAMBÉM: Brasileiros em desespero nos aeroportos de Portugal

LEIA TAMBÉM: Crise do coronavírus agrava adversidades de imigrantes brasileiros em Portugal

LEIA TAMBÉM: Portugal é o país que concentra o maior número de brasileiros aguardando retorno ao país

O primeiro-ministro português e líder do Partido Socialista, Antonio Costa, em uma entrevista coletiva dois dias após vencer a eleição geral. (Foto-CWB)

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, detalhou nesta quinta-feira um plano de desconfinamento gradual, setor a setor, para suspender as medidas de isolamento social impostas há seis semanas para controlar a expansão do surto do novo coronavírus. A divulgação das medidas acontece dois dias após o anúncio do fim do estado de emergência no país, previsto para este domingo, dia 3.

Dividido em três fases, o plano prevê, a partir de 4 de maio, a abertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias, começando com pequenos comércios, cabeleireiros, concessionárias de carros e livrarias.

— Sabemos que esse processo tem riscos. Sabemos que, ao abrirmos várias atividades, o risco de transmissão aumentará — disse Costa em entrevista coletiva. — Nunca terei vergonha de dar um passo atrás, se necessário, para a segurança dos portugueses.

Para o primeiro-ministro, a redução das medidas de bloqueio, no entanto, “não nos liberta do dever cívico de manter o maior distanciamento social possível”. O país registrou 25.045 casos confirmados do novo coronavírus e 989 mortes, um número relativamente baixo, apoiado por uma das mais altas taxas de testes da doença no mundo, com 37 mil exames por milhão de pessoas.

A partir de segunda-feira, o uso de máscaras será obrigatório em vários espaços, incluindo o transporte público, que operará com capacidade reduzida a dois terços da lotação. Jardins e bibliotecas também reabrirão, mas aglomerações de mais de dez pessoas estão proibidas.

Segundo o primeiro-ministro, as medidas de restrição a funerais serão aliviadas a partir de maio, mas as celebrações serão restritas aos familiares. Cultos religiosos também serão autorizados a partir de segunda-feira, dia 4. Porém, para abrirem suas portas, igrejas, templos, mesquitas e afins terão de garantir o cumprimento de todas as normas de segurança estabelecidas pelo governo.

Esportes individuais como golfe e tênis podem voltar a ser praticados a partir de segunda-feira, mas os vestiários coletivos permanecerão fechados. De acordo com Costa, a principal liga de futebol de Portugal, a Primeira Liga, poderá jogar as últimas dez partidas da competição, suspensa em 12 de março, a partir de 30 de maio, embora a portas fechadas, se o Ministério da Saúde aprovar.

Próximas fases

Se o surto continuar a desacelerar, a segunda fase do plano será lançada em 18 de maio, com a abertura de grandes lojas, restaurantes, museus e cafeterias, mas com capacidade reduzida. Também em 18 de maio, as creches e pré-escolas serão reabertas, e os alunos das séries 11 e 12 poderão retornar às escolas sob normas estritas, incluindo o uso obrigatório de máscaras faciais. Todas as outras aulas continuarão a ser ministradas remotamente pelo resto do ano acadêmico.

Já o trabalho remoto continuará obrigatório até o final de maio. Os trabalhadores poderão retornar gradualmente a seus escritórios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, desde que seja mantido o distanciamento físico.

— Todos sabemos que, até que haja uma vacina disponível no mercado (…) e enquanto houver a Covid, nossas vidas não retornarão à normalidade — afirmou o primeiro-ministro. — Todos os dias os números variam e por isso é importante ver a tendência no longo prazo.

Segundo Costa, o sistema de saúde de Portugal permaneceu abaixo de 65% da capacidade de leitos hospitalares durante toda a pandemia, com nove em cada dez casos tratados em casa e apenas 1% precisando de cuidados intensivos.

Mas a pandemia deve deixar cicatrizes duradouras na economia que já foi controlada em Portugal. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do país foi demitido desde o início do surto, com o desemprego disparando para 380.832 pessoas — apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.

O Fundo Monetário Internacional previu que o Produto Interno Bruto de Portugal encolherá 8% este ano.

POSTS RELACIONADOS

POSTS POPULARES