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Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

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Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

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\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

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A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

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Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

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No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

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O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

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O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

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Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

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\u2014 Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como gar\u00e7om em um restaurante em Nazar\u00e9 e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a fam\u00edlia, que ficou no Brasil, mas n\u00e3o deu. N\u00e3o tenho visto de resid\u00eancia nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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Com uma manta colorida enrolada ao redor do pesco\u00e7o, v\u00e1rias camadas de agasalhos, capuz, luvas e m\u00e1scara cir\u00fargicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na cal\u00e7ada do terminal. Em um dos bolsos da cal\u00e7a, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar \u20ac70, mas n\u00e3o pode gastar porque \u00e9 o dinheiro que pretende usar para ir de S\u00e3o Paulo, destino \u00fanico dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrar\u00e1 a mulher e as tr\u00eas filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser inclu\u00eddo pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue \u00e0 espera no abrigo:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como gar\u00e7om em um restaurante em Nazar\u00e9 e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a fam\u00edlia, que ficou no Brasil, mas n\u00e3o deu. N\u00e3o tenho visto de resid\u00eancia nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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Oficialmente, a comunidade brasileira residente \u00e9 de 150 mil pessoas, a maior no pa\u00eds. O Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) previu que o desemprego em Portugal atingir\u00e1 14% da popula\u00e7\u00e3o, a maior taxa j\u00e1 registrada. Em 45 dias de estado de emerg\u00eancia, milhares de brasileiros perderam emprego e h\u00e1 relatos de que grande parte vive \u00e0 beira da mendic\u00e2ncia e dependente de doa\u00e7\u00f5es para comer.<\/p>\n\n\n\n

Com uma manta colorida enrolada ao redor do pesco\u00e7o, v\u00e1rias camadas de agasalhos, capuz, luvas e m\u00e1scara cir\u00fargicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na cal\u00e7ada do terminal. Em um dos bolsos da cal\u00e7a, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar \u20ac70, mas n\u00e3o pode gastar porque \u00e9 o dinheiro que pretende usar para ir de S\u00e3o Paulo, destino \u00fanico dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrar\u00e1 a mulher e as tr\u00eas filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser inclu\u00eddo pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue \u00e0 espera no abrigo:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como gar\u00e7om em um restaurante em Nazar\u00e9 e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a fam\u00edlia, que ficou no Brasil, mas n\u00e3o deu. N\u00e3o tenho visto de resid\u00eancia nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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O c\u00f4nsul-geral adjunto do Brasil em Lisboa, ministro Eduardo Hosannah, estimou que h\u00e1 outras 600 pessoas em situa\u00e7\u00e3o semelhante, entre turistas e desvalidos, e adiantou que requisitou aprova\u00e7\u00e3o de recursos para novos voos de repatriamento, mas aconselha aos residentes a procurarem os programas de assist\u00eancia de Portugal.<\/p>\n\n\n\n

Oficialmente, a comunidade brasileira residente \u00e9 de 150 mil pessoas, a maior no pa\u00eds. O Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) previu que o desemprego em Portugal atingir\u00e1 14% da popula\u00e7\u00e3o, a maior taxa j\u00e1 registrada. Em 45 dias de estado de emerg\u00eancia, milhares de brasileiros perderam emprego e h\u00e1 relatos de que grande parte vive \u00e0 beira da mendic\u00e2ncia e dependente de doa\u00e7\u00f5es para comer.<\/p>\n\n\n\n

Com uma manta colorida enrolada ao redor do pesco\u00e7o, v\u00e1rias camadas de agasalhos, capuz, luvas e m\u00e1scara cir\u00fargicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na cal\u00e7ada do terminal. Em um dos bolsos da cal\u00e7a, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar \u20ac70, mas n\u00e3o pode gastar porque \u00e9 o dinheiro que pretende usar para ir de S\u00e3o Paulo, destino \u00fanico dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrar\u00e1 a mulher e as tr\u00eas filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser inclu\u00eddo pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue \u00e0 espera no abrigo:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como gar\u00e7om em um restaurante em Nazar\u00e9 e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a fam\u00edlia, que ficou no Brasil, mas n\u00e3o deu. N\u00e3o tenho visto de resid\u00eancia nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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Em tempos de distanciamento social e frio na madrugada, cerca de 40 pessoas dormiram aglomeradas por uma semana na cal\u00e7ada do terminal \u00e0 espera de um encaixe em um dos voos de repatriamento fretados pelo Itamaraty. Na quinta-feira, houve desist\u00eancias, 23 puderam embarcar de \u00faltima hora e 17 foram para um abrigo.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto do Brasil em Lisboa, ministro Eduardo Hosannah, estimou que h\u00e1 outras 600 pessoas em situa\u00e7\u00e3o semelhante, entre turistas e desvalidos, e adiantou que requisitou aprova\u00e7\u00e3o de recursos para novos voos de repatriamento, mas aconselha aos residentes a procurarem os programas de assist\u00eancia de Portugal.<\/p>\n\n\n\n

Oficialmente, a comunidade brasileira residente \u00e9 de 150 mil pessoas, a maior no pa\u00eds. O Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) previu que o desemprego em Portugal atingir\u00e1 14% da popula\u00e7\u00e3o, a maior taxa j\u00e1 registrada. Em 45 dias de estado de emerg\u00eancia, milhares de brasileiros perderam emprego e h\u00e1 relatos de que grande parte vive \u00e0 beira da mendic\u00e2ncia e dependente de doa\u00e7\u00f5es para comer.<\/p>\n\n\n\n

Com uma manta colorida enrolada ao redor do pesco\u00e7o, v\u00e1rias camadas de agasalhos, capuz, luvas e m\u00e1scara cir\u00fargicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na cal\u00e7ada do terminal. Em um dos bolsos da cal\u00e7a, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar \u20ac70, mas n\u00e3o pode gastar porque \u00e9 o dinheiro que pretende usar para ir de S\u00e3o Paulo, destino \u00fanico dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrar\u00e1 a mulher e as tr\u00eas filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser inclu\u00eddo pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue \u00e0 espera no abrigo:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como gar\u00e7om em um restaurante em Nazar\u00e9 e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a fam\u00edlia, que ficou no Brasil, mas n\u00e3o deu. N\u00e3o tenho visto de resid\u00eancia nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

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Porta de entrada para o sonho de uma vida melhor na Europa, o aeroporto de Lisboa virou o centro da peregrina\u00e7\u00e3o de emigrantes brasileiros que desistiram de viver em Portugal. Eles perderam o emprego devido \u00e0 pandemia da Covid-19 e n\u00e3o conseguem mais permanecer no pa\u00eds, mas est\u00e3o sem dinheiro para a volta ao Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Em tempos de distanciamento social e frio na madrugada, cerca de 40 pessoas dormiram aglomeradas por uma semana na cal\u00e7ada do terminal \u00e0 espera de um encaixe em um dos voos de repatriamento fretados pelo Itamaraty. Na quinta-feira, houve desist\u00eancias, 23 puderam embarcar de \u00faltima hora e 17 foram para um abrigo.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto do Brasil em Lisboa, ministro Eduardo Hosannah, estimou que h\u00e1 outras 600 pessoas em situa\u00e7\u00e3o semelhante, entre turistas e desvalidos, e adiantou que requisitou aprova\u00e7\u00e3o de recursos para novos voos de repatriamento, mas aconselha aos residentes a procurarem os programas de assist\u00eancia de Portugal.<\/p>\n\n\n\n

Oficialmente, a comunidade brasileira residente \u00e9 de 150 mil pessoas, a maior no pa\u00eds. O Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) previu que o desemprego em Portugal atingir\u00e1 14% da popula\u00e7\u00e3o, a maior taxa j\u00e1 registrada. Em 45 dias de estado de emerg\u00eancia, milhares de brasileiros perderam emprego e h\u00e1 relatos de que grande parte vive \u00e0 beira da mendic\u00e2ncia e dependente de doa\u00e7\u00f5es para comer.<\/p>\n\n\n\n

Com uma manta colorida enrolada ao redor do pesco\u00e7o, v\u00e1rias camadas de agasalhos, capuz, luvas e m\u00e1scara cir\u00fargicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na cal\u00e7ada do terminal. Em um dos bolsos da cal\u00e7a, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar \u20ac70, mas n\u00e3o pode gastar porque \u00e9 o dinheiro que pretende usar para ir de S\u00e3o Paulo, destino \u00fanico dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrar\u00e1 a mulher e as tr\u00eas filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser inclu\u00eddo pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue \u00e0 espera no abrigo:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como gar\u00e7om em um restaurante em Nazar\u00e9 e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a fam\u00edlia, que ficou no Brasil, mas n\u00e3o deu. N\u00e3o tenho visto de resid\u00eancia nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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Brasileiros no aeroporto de Lisboa \u00e0 espera do v\u00f4o de retorno para o Brasil. Apenas uma parte deles conseguiu embarcar. (Foto:CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Porta de entrada para o sonho de uma vida melhor na Europa, o aeroporto de Lisboa virou o centro da peregrina\u00e7\u00e3o de emigrantes brasileiros que desistiram de viver em Portugal. Eles perderam o emprego devido \u00e0 pandemia da Covid-19 e n\u00e3o conseguem mais permanecer no pa\u00eds, mas est\u00e3o sem dinheiro para a volta ao Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Em tempos de distanciamento social e frio na madrugada, cerca de 40 pessoas dormiram aglomeradas por uma semana na cal\u00e7ada do terminal \u00e0 espera de um encaixe em um dos voos de repatriamento fretados pelo Itamaraty. Na quinta-feira, houve desist\u00eancias, 23 puderam embarcar de \u00faltima hora e 17 foram para um abrigo.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto do Brasil em Lisboa, ministro Eduardo Hosannah, estimou que h\u00e1 outras 600 pessoas em situa\u00e7\u00e3o semelhante, entre turistas e desvalidos, e adiantou que requisitou aprova\u00e7\u00e3o de recursos para novos voos de repatriamento, mas aconselha aos residentes a procurarem os programas de assist\u00eancia de Portugal.<\/p>\n\n\n\n

Oficialmente, a comunidade brasileira residente \u00e9 de 150 mil pessoas, a maior no pa\u00eds. O Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) previu que o desemprego em Portugal atingir\u00e1 14% da popula\u00e7\u00e3o, a maior taxa j\u00e1 registrada. Em 45 dias de estado de emerg\u00eancia, milhares de brasileiros perderam emprego e h\u00e1 relatos de que grande parte vive \u00e0 beira da mendic\u00e2ncia e dependente de doa\u00e7\u00f5es para comer.<\/p>\n\n\n\n

Com uma manta colorida enrolada ao redor do pesco\u00e7o, v\u00e1rias camadas de agasalhos, capuz, luvas e m\u00e1scara cir\u00fargicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na cal\u00e7ada do terminal. Em um dos bolsos da cal\u00e7a, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar \u20ac70, mas n\u00e3o pode gastar porque \u00e9 o dinheiro que pretende usar para ir de S\u00e3o Paulo, destino \u00fanico dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrar\u00e1 a mulher e as tr\u00eas filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser inclu\u00eddo pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue \u00e0 espera no abrigo:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como gar\u00e7om em um restaurante em Nazar\u00e9 e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a fam\u00edlia, que ficou no Brasil, mas n\u00e3o deu. N\u00e3o tenho visto de resid\u00eancia nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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LEIA TAMB\u00c9M: Portugal \u00e9 o pa\u00eds que concentra o maior n\u00famero de brasileiros aguardando retorno ao pa\u00eds<\/strong><\/a><\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros no aeroporto de Lisboa \u00e0 espera do v\u00f4o de retorno para o Brasil. Apenas uma parte deles conseguiu embarcar. (Foto:CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Porta de entrada para o sonho de uma vida melhor na Europa, o aeroporto de Lisboa virou o centro da peregrina\u00e7\u00e3o de emigrantes brasileiros que desistiram de viver em Portugal. Eles perderam o emprego devido \u00e0 pandemia da Covid-19 e n\u00e3o conseguem mais permanecer no pa\u00eds, mas est\u00e3o sem dinheiro para a volta ao Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Em tempos de distanciamento social e frio na madrugada, cerca de 40 pessoas dormiram aglomeradas por uma semana na cal\u00e7ada do terminal \u00e0 espera de um encaixe em um dos voos de repatriamento fretados pelo Itamaraty. Na quinta-feira, houve desist\u00eancias, 23 puderam embarcar de \u00faltima hora e 17 foram para um abrigo.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto do Brasil em Lisboa, ministro Eduardo Hosannah, estimou que h\u00e1 outras 600 pessoas em situa\u00e7\u00e3o semelhante, entre turistas e desvalidos, e adiantou que requisitou aprova\u00e7\u00e3o de recursos para novos voos de repatriamento, mas aconselha aos residentes a procurarem os programas de assist\u00eancia de Portugal.<\/p>\n\n\n\n

Oficialmente, a comunidade brasileira residente \u00e9 de 150 mil pessoas, a maior no pa\u00eds. O Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) previu que o desemprego em Portugal atingir\u00e1 14% da popula\u00e7\u00e3o, a maior taxa j\u00e1 registrada. Em 45 dias de estado de emerg\u00eancia, milhares de brasileiros perderam emprego e h\u00e1 relatos de que grande parte vive \u00e0 beira da mendic\u00e2ncia e dependente de doa\u00e7\u00f5es para comer.<\/p>\n\n\n\n

Com uma manta colorida enrolada ao redor do pesco\u00e7o, v\u00e1rias camadas de agasalhos, capuz, luvas e m\u00e1scara cir\u00fargicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na cal\u00e7ada do terminal. Em um dos bolsos da cal\u00e7a, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar \u20ac70, mas n\u00e3o pode gastar porque \u00e9 o dinheiro que pretende usar para ir de S\u00e3o Paulo, destino \u00fanico dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrar\u00e1 a mulher e as tr\u00eas filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser inclu\u00eddo pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue \u00e0 espera no abrigo:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como gar\u00e7om em um restaurante em Nazar\u00e9 e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a fam\u00edlia, que ficou no Brasil, mas n\u00e3o deu. N\u00e3o tenho visto de resid\u00eancia nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n

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LEIA TAMB\u00c9M: Crise do coronav\u00edrus agrava adversidades de imigrantes brasileiros em Portugal<\/strong><\/a><\/p>\n\n\n\n

LEIA TAMB\u00c9M: Portugal \u00e9 o pa\u00eds que concentra o maior n\u00famero de brasileiros aguardando retorno ao pa\u00eds<\/strong><\/a><\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros no aeroporto de Lisboa \u00e0 espera do v\u00f4o de retorno para o Brasil. Apenas uma parte deles conseguiu embarcar. (Foto:CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Porta de entrada para o sonho de uma vida melhor na Europa, o aeroporto de Lisboa virou o centro da peregrina\u00e7\u00e3o de emigrantes brasileiros que desistiram de viver em Portugal. Eles perderam o emprego devido \u00e0 pandemia da Covid-19 e n\u00e3o conseguem mais permanecer no pa\u00eds, mas est\u00e3o sem dinheiro para a volta ao Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Em tempos de distanciamento social e frio na madrugada, cerca de 40 pessoas dormiram aglomeradas por uma semana na cal\u00e7ada do terminal \u00e0 espera de um encaixe em um dos voos de repatriamento fretados pelo Itamaraty. Na quinta-feira, houve desist\u00eancias, 23 puderam embarcar de \u00faltima hora e 17 foram para um abrigo.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto do Brasil em Lisboa, ministro Eduardo Hosannah, estimou que h\u00e1 outras 600 pessoas em situa\u00e7\u00e3o semelhante, entre turistas e desvalidos, e adiantou que requisitou aprova\u00e7\u00e3o de recursos para novos voos de repatriamento, mas aconselha aos residentes a procurarem os programas de assist\u00eancia de Portugal.<\/p>\n\n\n\n

Oficialmente, a comunidade brasileira residente \u00e9 de 150 mil pessoas, a maior no pa\u00eds. O Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) previu que o desemprego em Portugal atingir\u00e1 14% da popula\u00e7\u00e3o, a maior taxa j\u00e1 registrada. Em 45 dias de estado de emerg\u00eancia, milhares de brasileiros perderam emprego e h\u00e1 relatos de que grande parte vive \u00e0 beira da mendic\u00e2ncia e dependente de doa\u00e7\u00f5es para comer.<\/p>\n\n\n\n

Com uma manta colorida enrolada ao redor do pesco\u00e7o, v\u00e1rias camadas de agasalhos, capuz, luvas e m\u00e1scara cir\u00fargicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na cal\u00e7ada do terminal. Em um dos bolsos da cal\u00e7a, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar \u20ac70, mas n\u00e3o pode gastar porque \u00e9 o dinheiro que pretende usar para ir de S\u00e3o Paulo, destino \u00fanico dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrar\u00e1 a mulher e as tr\u00eas filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser inclu\u00eddo pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue \u00e0 espera no abrigo:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como gar\u00e7om em um restaurante em Nazar\u00e9 e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a fam\u00edlia, que ficou no Brasil, mas n\u00e3o deu. N\u00e3o tenho visto de resid\u00eancia nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n

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Brasileiros no aeroporto de Lisboa \u00e0 espera do v\u00f4o de retorno para o Brasil. Apenas uma parte deles conseguiu embarcar. (Foto:CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Porta de entrada para o sonho de uma vida melhor na Europa, o aeroporto de Lisboa virou o centro da peregrina\u00e7\u00e3o de emigrantes brasileiros que desistiram de viver em Portugal. Eles perderam o emprego devido \u00e0 pandemia da Covid-19 e n\u00e3o conseguem mais permanecer no pa\u00eds, mas est\u00e3o sem dinheiro para a volta ao Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Em tempos de distanciamento social e frio na madrugada, cerca de 40 pessoas dormiram aglomeradas por uma semana na cal\u00e7ada do terminal \u00e0 espera de um encaixe em um dos voos de repatriamento fretados pelo Itamaraty. Na quinta-feira, houve desist\u00eancias, 23 puderam embarcar de \u00faltima hora e 17 foram para um abrigo.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto do Brasil em Lisboa, ministro Eduardo Hosannah, estimou que h\u00e1 outras 600 pessoas em situa\u00e7\u00e3o semelhante, entre turistas e desvalidos, e adiantou que requisitou aprova\u00e7\u00e3o de recursos para novos voos de repatriamento, mas aconselha aos residentes a procurarem os programas de assist\u00eancia de Portugal.<\/p>\n\n\n\n

Oficialmente, a comunidade brasileira residente \u00e9 de 150 mil pessoas, a maior no pa\u00eds. O Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) previu que o desemprego em Portugal atingir\u00e1 14% da popula\u00e7\u00e3o, a maior taxa j\u00e1 registrada. Em 45 dias de estado de emerg\u00eancia, milhares de brasileiros perderam emprego e h\u00e1 relatos de que grande parte vive \u00e0 beira da mendic\u00e2ncia e dependente de doa\u00e7\u00f5es para comer.<\/p>\n\n\n\n

Com uma manta colorida enrolada ao redor do pesco\u00e7o, v\u00e1rias camadas de agasalhos, capuz, luvas e m\u00e1scara cir\u00fargicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na cal\u00e7ada do terminal. Em um dos bolsos da cal\u00e7a, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar \u20ac70, mas n\u00e3o pode gastar porque \u00e9 o dinheiro que pretende usar para ir de S\u00e3o Paulo, destino \u00fanico dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrar\u00e1 a mulher e as tr\u00eas filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser inclu\u00eddo pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue \u00e0 espera no abrigo:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como gar\u00e7om em um restaurante em Nazar\u00e9 e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a fam\u00edlia, que ficou no Brasil, mas n\u00e3o deu. N\u00e3o tenho visto de resid\u00eancia nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n

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Depois de perderem o emprego, imigrantes ficam sem dinheiro e fazem fila no aeroporto, esperando vaga em voos fretados pelo Itamaraty; consulado estima que situa\u00e7\u00e3o afeta 600 pessoas<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n

LEIA TAMB\u00c9M: Brasileiros em desespero nos aeroportos de Portugal<\/strong><\/a><\/p>\n\n\n\n

LEIA TAMB\u00c9M: Crise do coronav\u00edrus agrava adversidades de imigrantes brasileiros em Portugal<\/strong><\/a><\/p>\n\n\n\n

LEIA TAMB\u00c9M: Portugal \u00e9 o pa\u00eds que concentra o maior n\u00famero de brasileiros aguardando retorno ao pa\u00eds<\/strong><\/a><\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros no aeroporto de Lisboa \u00e0 espera do v\u00f4o de retorno para o Brasil. Apenas uma parte deles conseguiu embarcar. (Foto:CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Porta de entrada para o sonho de uma vida melhor na Europa, o aeroporto de Lisboa virou o centro da peregrina\u00e7\u00e3o de emigrantes brasileiros que desistiram de viver em Portugal. Eles perderam o emprego devido \u00e0 pandemia da Covid-19 e n\u00e3o conseguem mais permanecer no pa\u00eds, mas est\u00e3o sem dinheiro para a volta ao Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Em tempos de distanciamento social e frio na madrugada, cerca de 40 pessoas dormiram aglomeradas por uma semana na cal\u00e7ada do terminal \u00e0 espera de um encaixe em um dos voos de repatriamento fretados pelo Itamaraty. Na quinta-feira, houve desist\u00eancias, 23 puderam embarcar de \u00faltima hora e 17 foram para um abrigo.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto do Brasil em Lisboa, ministro Eduardo Hosannah, estimou que h\u00e1 outras 600 pessoas em situa\u00e7\u00e3o semelhante, entre turistas e desvalidos, e adiantou que requisitou aprova\u00e7\u00e3o de recursos para novos voos de repatriamento, mas aconselha aos residentes a procurarem os programas de assist\u00eancia de Portugal.<\/p>\n\n\n\n

Oficialmente, a comunidade brasileira residente \u00e9 de 150 mil pessoas, a maior no pa\u00eds. O Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) previu que o desemprego em Portugal atingir\u00e1 14% da popula\u00e7\u00e3o, a maior taxa j\u00e1 registrada. Em 45 dias de estado de emerg\u00eancia, milhares de brasileiros perderam emprego e h\u00e1 relatos de que grande parte vive \u00e0 beira da mendic\u00e2ncia e dependente de doa\u00e7\u00f5es para comer.<\/p>\n\n\n\n

Com uma manta colorida enrolada ao redor do pesco\u00e7o, v\u00e1rias camadas de agasalhos, capuz, luvas e m\u00e1scara cir\u00fargicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na cal\u00e7ada do terminal. Em um dos bolsos da cal\u00e7a, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar \u20ac70, mas n\u00e3o pode gastar porque \u00e9 o dinheiro que pretende usar para ir de S\u00e3o Paulo, destino \u00fanico dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrar\u00e1 a mulher e as tr\u00eas filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser inclu\u00eddo pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue \u00e0 espera no abrigo:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como gar\u00e7om em um restaurante em Nazar\u00e9 e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a fam\u00edlia, que ficou no Brasil, mas n\u00e3o deu. N\u00e3o tenho visto de resid\u00eancia nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n

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Depois de perderem o emprego, imigrantes ficam sem dinheiro e fazem fila no aeroporto, esperando vaga em voos fretados pelo Itamaraty; consulado estima que situa\u00e7\u00e3o afeta 600 pessoas<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros no aeroporto de Lisboa \u00e0 espera do v\u00f4o de retorno para o Brasil. Apenas uma parte deles conseguiu embarcar. (Foto:CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Porta de entrada para o sonho de uma vida melhor na Europa, o aeroporto de Lisboa virou o centro da peregrina\u00e7\u00e3o de emigrantes brasileiros que desistiram de viver em Portugal. Eles perderam o emprego devido \u00e0 pandemia da Covid-19 e n\u00e3o conseguem mais permanecer no pa\u00eds, mas est\u00e3o sem dinheiro para a volta ao Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Em tempos de distanciamento social e frio na madrugada, cerca de 40 pessoas dormiram aglomeradas por uma semana na cal\u00e7ada do terminal \u00e0 espera de um encaixe em um dos voos de repatriamento fretados pelo Itamaraty. Na quinta-feira, houve desist\u00eancias, 23 puderam embarcar de \u00faltima hora e 17 foram para um abrigo.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto do Brasil em Lisboa, ministro Eduardo Hosannah, estimou que h\u00e1 outras 600 pessoas em situa\u00e7\u00e3o semelhante, entre turistas e desvalidos, e adiantou que requisitou aprova\u00e7\u00e3o de recursos para novos voos de repatriamento, mas aconselha aos residentes a procurarem os programas de assist\u00eancia de Portugal.<\/p>\n\n\n\n

Oficialmente, a comunidade brasileira residente \u00e9 de 150 mil pessoas, a maior no pa\u00eds. O Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) previu que o desemprego em Portugal atingir\u00e1 14% da popula\u00e7\u00e3o, a maior taxa j\u00e1 registrada. Em 45 dias de estado de emerg\u00eancia, milhares de brasileiros perderam emprego e h\u00e1 relatos de que grande parte vive \u00e0 beira da mendic\u00e2ncia e dependente de doa\u00e7\u00f5es para comer.<\/p>\n\n\n\n

Com uma manta colorida enrolada ao redor do pesco\u00e7o, v\u00e1rias camadas de agasalhos, capuz, luvas e m\u00e1scara cir\u00fargicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na cal\u00e7ada do terminal. Em um dos bolsos da cal\u00e7a, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar \u20ac70, mas n\u00e3o pode gastar porque \u00e9 o dinheiro que pretende usar para ir de S\u00e3o Paulo, destino \u00fanico dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrar\u00e1 a mulher e as tr\u00eas filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser inclu\u00eddo pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue \u00e0 espera no abrigo:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como gar\u00e7om em um restaurante em Nazar\u00e9 e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a fam\u00edlia, que ficou no Brasil, mas n\u00e3o deu. N\u00e3o tenho visto de resid\u00eancia nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.<\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n

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FA\u00c7A SEU COMENT\u00c1RIO !!<\/p>\n","post_title":"Por que Portugal come\u00e7ou a relaxar isolamento?","post_excerpt":"","post_status":"publish","comment_status":"closed","ping_status":"open","post_password":"","post_name":"por-que-portugal-comecou-a-relaxar-isolamento","to_ping":"","pinged":"https:\/\/canalportugal.pt\/coronavirus-destroi-sonho-de-brasileiros-em-portugal-e-muitos-penam-para-voltar\/\nhttps:\/\/canalportugal.pt\/brasileiros-em-desespero-nos-aeroportos-de-portugal\/\nhttps:\/\/canalportugal.pt\/crise-do-coronavirus-agrava-adversidades-de-imigrantes-brasileiros-em-portugal\/","post_modified":"2020-05-05 10:02:42","post_modified_gmt":"2020-05-05 10:02:42","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/canalportugal.pt\/?p=12281","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":12274,"post_author":"1","post_date":"2020-05-03 17:50:30","post_date_gmt":"2020-05-03 17:50:30","post_content":"\n

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Depois de perderem o emprego, imigrantes ficam sem dinheiro e fazem fila no aeroporto, esperando vaga em voos fretados pelo Itamaraty; consulado estima que situa\u00e7\u00e3o afeta 600 pessoas<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n

LEIA TAMB\u00c9M: Brasileiros em desespero nos aeroportos de Portugal<\/strong><\/a><\/p>\n\n\n\n

LEIA TAMB\u00c9M: Crise do coronav\u00edrus agrava adversidades de imigrantes brasileiros em Portugal<\/strong><\/a><\/p>\n\n\n\n

LEIA TAMB\u00c9M: Portugal \u00e9 o pa\u00eds que concentra o maior n\u00famero de brasileiros aguardando retorno ao pa\u00eds<\/strong><\/a><\/p>\n\n\n\n

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Brasileiros no aeroporto de Lisboa \u00e0 espera do v\u00f4o de retorno para o Brasil. Apenas uma parte deles conseguiu embarcar. (Foto:CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Porta de entrada para o sonho de uma vida melhor na Europa, o aeroporto de Lisboa virou o centro da peregrina\u00e7\u00e3o de emigrantes brasileiros que desistiram de viver em Portugal. Eles perderam o emprego devido \u00e0 pandemia da Covid-19 e n\u00e3o conseguem mais permanecer no pa\u00eds, mas est\u00e3o sem dinheiro para a volta ao Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Em tempos de distanciamento social e frio na madrugada, cerca de 40 pessoas dormiram aglomeradas por uma semana na cal\u00e7ada do terminal \u00e0 espera de um encaixe em um dos voos de repatriamento fretados pelo Itamaraty. Na quinta-feira, houve desist\u00eancias, 23 puderam embarcar de \u00faltima hora e 17 foram para um abrigo.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto do Brasil em Lisboa, ministro Eduardo Hosannah, estimou que h\u00e1 outras 600 pessoas em situa\u00e7\u00e3o semelhante, entre turistas e desvalidos, e adiantou que requisitou aprova\u00e7\u00e3o de recursos para novos voos de repatriamento, mas aconselha aos residentes a procurarem os programas de assist\u00eancia de Portugal.<\/p>\n\n\n\n

Oficialmente, a comunidade brasileira residente \u00e9 de 150 mil pessoas, a maior no pa\u00eds. O Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) previu que o desemprego em Portugal atingir\u00e1 14% da popula\u00e7\u00e3o, a maior taxa j\u00e1 registrada. Em 45 dias de estado de emerg\u00eancia, milhares de brasileiros perderam emprego e h\u00e1 relatos de que grande parte vive \u00e0 beira da mendic\u00e2ncia e dependente de doa\u00e7\u00f5es para comer.<\/p>\n\n\n\n

Com uma manta colorida enrolada ao redor do pesco\u00e7o, v\u00e1rias camadas de agasalhos, capuz, luvas e m\u00e1scara cir\u00fargicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na cal\u00e7ada do terminal. Em um dos bolsos da cal\u00e7a, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar \u20ac70, mas n\u00e3o pode gastar porque \u00e9 o dinheiro que pretende usar para ir de S\u00e3o Paulo, destino \u00fanico dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrar\u00e1 a mulher e as tr\u00eas filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser inclu\u00eddo pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue \u00e0 espera no abrigo:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como gar\u00e7om em um restaurante em Nazar\u00e9 e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a fam\u00edlia, que ficou no Brasil, mas n\u00e3o deu. N\u00e3o tenho visto de resid\u00eancia nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.<\/p>\n\n\n\n

\"\"
Brasileiros desesperam no aeroporto de Lisboa dizem: \u201cFomos abandonados\u201d. (Foto-VWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regulariza\u00e7\u00e3o pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de resid\u00eancia at\u00e9 18 de mar\u00e7o. Teriam acesso ao sistema de sa\u00fade e apoio da previd\u00eancia social para aut\u00f4nomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunera\u00e7\u00f5es anteriores).<\/p>\n\n\n\n

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque n\u00e3o acredita na recupera\u00e7\u00e3o da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do pa\u00eds foi demitido desde o in\u00edcio do surto, e o n\u00famero de desempregados subiu para 380.832 pessoas \u2014 apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.<\/p>\n\n\n\n

O estado de emerg\u00eancia em Portugal termina hoje e, a partir de amanh\u00e3, come\u00e7a a reabertura lenta e gradual, com medidas r\u00edgidas de seguran\u00e7a semelhantes \u00e0s adotadas em outros pa\u00edses europeus, para que n\u00e3o haja mais casos de cont\u00e1gio. O plano de desconfinamento foi dividido em tr\u00eas fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias \u2014 os primeiros a voltarem a funcionar s\u00e3o os pequenos com\u00e9rcios, cabeleireiros, concession\u00e1rias de carros e livrarias.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho remoto continuar\u00e1 obrigat\u00f3rio no pa\u00eds at\u00e9 o final do m\u00eas. Os trabalhadores poder\u00e3o retornar gradualmente aos escrit\u00f3rios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manuten\u00e7\u00e3o do distanciamento f\u00edsico.<\/p>\n\n\n\n

No \u00faltimo dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previd\u00eancia social e exibiu um comprovante de dep\u00f3sito: \u20ac62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela n\u00e3o quis p\u00f4r em risco a sa\u00fade da fam\u00edlia e entregar as chaves para ir ao aeroporto.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o quis arriscar, tenho duas crian\u00e7as. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui \u00e0 igreja pedir doa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de \u20ac75 e temos contas de luz e g\u00e1s que custam isso. \u00c9ramos t\u00e9cnicos de administra\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destru\u00edda, mas no Brasil temos casa para morar \u2014 disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma \u201cvaquinha\u201d de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia a\u00e9rea.<\/p>\n\n\n\n

Logo ap\u00f3s o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milh\u00f5es foi destinada para opera\u00e7\u00f5es de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, \u00e9 preciso fazer um cadastro e obedecer ao crit\u00e9rio determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econ\u00f4mica.<\/p>\n\n\n\n

A confirma\u00e7\u00e3o em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um m\u00eas. Para quem n\u00e3o recebeu o aviso e n\u00e3o tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperan\u00e7a. Na manh\u00e3 da \u00faltima quinta-feira, o paulista Andr\u00e9 Soncin estava indignado ao n\u00e3o receber confirma\u00e7\u00e3o da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui \u2014 disse Soncin.<\/p>\n\n\n\n

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de Hist\u00f3ria chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava \u20ac 900 e mandava \u20ac 500 para fam\u00edlia. Com o restante, pagava despesa com alimenta\u00e7\u00e3o e o quarto em que vivia at\u00e9, conta ele, ser despejado e dormir na cal\u00e7ada do aeroporto desde s\u00e1bado. J\u00e1 havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos \u00faltimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Se n\u00e3o fosse a enorme quantidade de doa\u00e7\u00e3o de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos \u00faltimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e n\u00e3o dei entrada em documento nenhum, n\u00e3o tinha resid\u00eancia nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e n\u00e3o vamos deixar para tr\u00e1s. Queremos que o consulado os assuma.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f4nsul-geral adjunto garantiu que ningu\u00e9m embarcar\u00e1 \u201cno grito\u201d nesta segunda fase de repatriamento.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 N\u00e3o fazemos caridade com dinheiro p\u00fablico. A pessoa se inscreve, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 analisada e confirmada. N\u00e3o adianta ficar no aeroporto, porque no grito n\u00e3o entra \u2014 disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos pr\u00f3prios brasileiros que passaram as noites na cal\u00e7ada.<\/p>\n\n\n\n

O ministro afirmou que ser\u00e1 aberto um novo cadastro, que poder\u00e1 determinar a quantidade dos poss\u00edveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.<\/p>\n\n\n\n

\u2014 Poder\u00e1 haver um 7\u00ba, 8\u00ba e 9\u00ba voos, depende da necessidade. Agora, \u00e9 residente em Portugal, mas perdeu emprego? Ent\u00e3o tem que recorrer \u00e0s medidas de apoio do governo portugu\u00eas. N\u00e3o posso ter 20 mil querendo embarcar, n\u00e3o \u00e9 hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solu\u00e7\u00e3o real \u00e9 por a\u00ed, n\u00e3o pela ajuda p\u00fablica. Somos s\u00f3 uma solu\u00e7\u00e3o passageira \u2014 declarou Hosannah.<\/p>\n\n\n\n

Entre exemplos de crit\u00e9rios usados para a repatria\u00e7\u00e3o, o ministro diz que h\u00e1 brasileiros encontrados pela pol\u00edcia portuguesa em situa\u00e7\u00e3o de tr\u00e1fico humano.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n

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Portugal registrou 20 mil casos de Covid-19 e mil mortes.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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Logo no in\u00edcio da pandemia, muitas empresas adotaram o trabalho de casa e o pa\u00eds fechou as escolas e a fronteira com a Espanha.<\/p>\n\n\n\n

Portugal registrou 20 mil casos de Covid-19 e mil mortes.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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O governo n\u00e3o adotou o confinamento obrigat\u00f3rio, o chamado lockdown. Mas a ades\u00e3o firme da popula\u00e7\u00e3o \u00e0s recomenda\u00e7\u00f5es de distanciamento social \u00e9 tida como um dos motivos do sucesso no combate \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Logo no in\u00edcio da pandemia, muitas empresas adotaram o trabalho de casa e o pa\u00eds fechou as escolas e a fronteira com a Espanha.<\/p>\n\n\n\n

Portugal registrou 20 mil casos de Covid-19 e mil mortes.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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\u201cNunca terei vergonha ou qualquer rebu\u00e7o de dar um passo atr\u00e1s se isso for necess\u00e1rio para garantir esse bem essencial que \u00e9 a seguran\u00e7a dos portugueses\u201d, destaca Ant\u00f3nio Costa.<\/p>\n\n\n\n

O governo n\u00e3o adotou o confinamento obrigat\u00f3rio, o chamado lockdown. Mas a ades\u00e3o firme da popula\u00e7\u00e3o \u00e0s recomenda\u00e7\u00f5es de distanciamento social \u00e9 tida como um dos motivos do sucesso no combate \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Logo no in\u00edcio da pandemia, muitas empresas adotaram o trabalho de casa e o pa\u00eds fechou as escolas e a fronteira com a Espanha.<\/p>\n\n\n\n

Portugal registrou 20 mil casos de Covid-19 e mil mortes.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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A evolu\u00e7\u00e3o do desconfinamento vai ser avaliada a cada 15 dias. O primeiro-ministro Ant\u00f3nio Costa j\u00e1 disse que esse processo gradual apresenta riscos e garantiu que o governo pode suspender o plano a qualquer momento.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNunca terei vergonha ou qualquer rebu\u00e7o de dar um passo atr\u00e1s se isso for necess\u00e1rio para garantir esse bem essencial que \u00e9 a seguran\u00e7a dos portugueses\u201d, destaca Ant\u00f3nio Costa.<\/p>\n\n\n\n

O governo n\u00e3o adotou o confinamento obrigat\u00f3rio, o chamado lockdown. Mas a ades\u00e3o firme da popula\u00e7\u00e3o \u00e0s recomenda\u00e7\u00f5es de distanciamento social \u00e9 tida como um dos motivos do sucesso no combate \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Logo no in\u00edcio da pandemia, muitas empresas adotaram o trabalho de casa e o pa\u00eds fechou as escolas e a fronteira com a Espanha.<\/p>\n\n\n\n

Portugal registrou 20 mil casos de Covid-19 e mil mortes.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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\u201cEstar no cabeleireiro de m\u00e1scara e luva foi a primeira vez. Mas \u00e9 o in\u00edcio. \u00c9 o in\u00edcio de uma fase\u201d, diz Marina Ferreira, cliente.<\/p>\n\n\n\n

A evolu\u00e7\u00e3o do desconfinamento vai ser avaliada a cada 15 dias. O primeiro-ministro Ant\u00f3nio Costa j\u00e1 disse que esse processo gradual apresenta riscos e garantiu que o governo pode suspender o plano a qualquer momento.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNunca terei vergonha ou qualquer rebu\u00e7o de dar um passo atr\u00e1s se isso for necess\u00e1rio para garantir esse bem essencial que \u00e9 a seguran\u00e7a dos portugueses\u201d, destaca Ant\u00f3nio Costa.<\/p>\n\n\n\n

O governo n\u00e3o adotou o confinamento obrigat\u00f3rio, o chamado lockdown. Mas a ades\u00e3o firme da popula\u00e7\u00e3o \u00e0s recomenda\u00e7\u00f5es de distanciamento social \u00e9 tida como um dos motivos do sucesso no combate \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Logo no in\u00edcio da pandemia, muitas empresas adotaram o trabalho de casa e o pa\u00eds fechou as escolas e a fronteira com a Espanha.<\/p>\n\n\n\n

Portugal registrou 20 mil casos de Covid-19 e mil mortes.<\/p>\n\n\n\n

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O uso de m\u00e1scaras \u00e9 obrigat\u00f3rio no transporte p\u00fablico, nas lojas e escolas. Quem descumprir a regra pode receber uma multa de mais de R$ 2 mil.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEstar no cabeleireiro de m\u00e1scara e luva foi a primeira vez. Mas \u00e9 o in\u00edcio. \u00c9 o in\u00edcio de uma fase\u201d, diz Marina Ferreira, cliente.<\/p>\n\n\n\n

A evolu\u00e7\u00e3o do desconfinamento vai ser avaliada a cada 15 dias. O primeiro-ministro Ant\u00f3nio Costa j\u00e1 disse que esse processo gradual apresenta riscos e garantiu que o governo pode suspender o plano a qualquer momento.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNunca terei vergonha ou qualquer rebu\u00e7o de dar um passo atr\u00e1s se isso for necess\u00e1rio para garantir esse bem essencial que \u00e9 a seguran\u00e7a dos portugueses\u201d, destaca Ant\u00f3nio Costa.<\/p>\n\n\n\n

O governo n\u00e3o adotou o confinamento obrigat\u00f3rio, o chamado lockdown. Mas a ades\u00e3o firme da popula\u00e7\u00e3o \u00e0s recomenda\u00e7\u00f5es de distanciamento social \u00e9 tida como um dos motivos do sucesso no combate \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Logo no in\u00edcio da pandemia, muitas empresas adotaram o trabalho de casa e o pa\u00eds fechou as escolas e a fronteira com a Espanha.<\/p>\n\n\n\n

Portugal registrou 20 mil casos de Covid-19 e mil mortes.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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Portugal, que tem uma pol\u00edtica de combate ao novo coronav\u00edrus vista como exemplo, ter\u00e1 um processo de transi\u00e7\u00e3o em tr\u00eas fases, at\u00e9 junho. A partir desta segunda (4), os portugueses j\u00e1 podem sair de casa para fazer compras e ir ao cabelereiro.<\/p>\n\n\n\n

O uso de m\u00e1scaras \u00e9 obrigat\u00f3rio no transporte p\u00fablico, nas lojas e escolas. Quem descumprir a regra pode receber uma multa de mais de R$ 2 mil.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEstar no cabeleireiro de m\u00e1scara e luva foi a primeira vez. Mas \u00e9 o in\u00edcio. \u00c9 o in\u00edcio de uma fase\u201d, diz Marina Ferreira, cliente.<\/p>\n\n\n\n

A evolu\u00e7\u00e3o do desconfinamento vai ser avaliada a cada 15 dias. O primeiro-ministro Ant\u00f3nio Costa j\u00e1 disse que esse processo gradual apresenta riscos e garantiu que o governo pode suspender o plano a qualquer momento.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNunca terei vergonha ou qualquer rebu\u00e7o de dar um passo atr\u00e1s se isso for necess\u00e1rio para garantir esse bem essencial que \u00e9 a seguran\u00e7a dos portugueses\u201d, destaca Ant\u00f3nio Costa.<\/p>\n\n\n\n

O governo n\u00e3o adotou o confinamento obrigat\u00f3rio, o chamado lockdown. Mas a ades\u00e3o firme da popula\u00e7\u00e3o \u00e0s recomenda\u00e7\u00f5es de distanciamento social \u00e9 tida como um dos motivos do sucesso no combate \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Logo no in\u00edcio da pandemia, muitas empresas adotaram o trabalho de casa e o pa\u00eds fechou as escolas e a fronteira com a Espanha.<\/p>\n\n\n\n

Portugal registrou 20 mil casos de Covid-19 e mil mortes.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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Pequenos passos e avalia\u00e7\u00e3o constante. Foi desta forma que Portugal come\u00e7ou, ontem, a flexibilizar algumas medidas de isolamento social. Dois meses depois do surgimento do primeiro caso de coronav\u00edrus no pa\u00eds, o n\u00famero de mortos \u00e9 de pouco mais de mil, enquanto na vizinha Espanha passa de 25 mil. Com muitos idosos e poucos leitos de UTI, Portugal apostou no distanciamento social precoce \u2014 determinado quando o pa\u00eds tinha apenas dois mortos por Covid-19 \u2014 e nos testes em massa.<\/p>\n\n\n\n

Portugal, que tem uma pol\u00edtica de combate ao novo coronav\u00edrus vista como exemplo, ter\u00e1 um processo de transi\u00e7\u00e3o em tr\u00eas fases, at\u00e9 junho. A partir desta segunda (4), os portugueses j\u00e1 podem sair de casa para fazer compras e ir ao cabelereiro.<\/p>\n\n\n\n

O uso de m\u00e1scaras \u00e9 obrigat\u00f3rio no transporte p\u00fablico, nas lojas e escolas. Quem descumprir a regra pode receber uma multa de mais de R$ 2 mil.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEstar no cabeleireiro de m\u00e1scara e luva foi a primeira vez. Mas \u00e9 o in\u00edcio. \u00c9 o in\u00edcio de uma fase\u201d, diz Marina Ferreira, cliente.<\/p>\n\n\n\n

A evolu\u00e7\u00e3o do desconfinamento vai ser avaliada a cada 15 dias. O primeiro-ministro Ant\u00f3nio Costa j\u00e1 disse que esse processo gradual apresenta riscos e garantiu que o governo pode suspender o plano a qualquer momento.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNunca terei vergonha ou qualquer rebu\u00e7o de dar um passo atr\u00e1s se isso for necess\u00e1rio para garantir esse bem essencial que \u00e9 a seguran\u00e7a dos portugueses\u201d, destaca Ant\u00f3nio Costa.<\/p>\n\n\n\n

O governo n\u00e3o adotou o confinamento obrigat\u00f3rio, o chamado lockdown. Mas a ades\u00e3o firme da popula\u00e7\u00e3o \u00e0s recomenda\u00e7\u00f5es de distanciamento social \u00e9 tida como um dos motivos do sucesso no combate \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Logo no in\u00edcio da pandemia, muitas empresas adotaram o trabalho de casa e o pa\u00eds fechou as escolas e a fronteira com a Espanha.<\/p>\n\n\n\n

Portugal registrou 20 mil casos de Covid-19 e mil mortes.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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Decis\u00e3o de isolamento social salvou Portugal do mesmo destino da Espanha. (Foto-CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Pequenos passos e avalia\u00e7\u00e3o constante. Foi desta forma que Portugal come\u00e7ou, ontem, a flexibilizar algumas medidas de isolamento social. Dois meses depois do surgimento do primeiro caso de coronav\u00edrus no pa\u00eds, o n\u00famero de mortos \u00e9 de pouco mais de mil, enquanto na vizinha Espanha passa de 25 mil. Com muitos idosos e poucos leitos de UTI, Portugal apostou no distanciamento social precoce \u2014 determinado quando o pa\u00eds tinha apenas dois mortos por Covid-19 \u2014 e nos testes em massa.<\/p>\n\n\n\n

Portugal, que tem uma pol\u00edtica de combate ao novo coronav\u00edrus vista como exemplo, ter\u00e1 um processo de transi\u00e7\u00e3o em tr\u00eas fases, at\u00e9 junho. A partir desta segunda (4), os portugueses j\u00e1 podem sair de casa para fazer compras e ir ao cabelereiro.<\/p>\n\n\n\n

O uso de m\u00e1scaras \u00e9 obrigat\u00f3rio no transporte p\u00fablico, nas lojas e escolas. Quem descumprir a regra pode receber uma multa de mais de R$ 2 mil.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEstar no cabeleireiro de m\u00e1scara e luva foi a primeira vez. Mas \u00e9 o in\u00edcio. \u00c9 o in\u00edcio de uma fase\u201d, diz Marina Ferreira, cliente.<\/p>\n\n\n\n

A evolu\u00e7\u00e3o do desconfinamento vai ser avaliada a cada 15 dias. O primeiro-ministro Ant\u00f3nio Costa j\u00e1 disse que esse processo gradual apresenta riscos e garantiu que o governo pode suspender o plano a qualquer momento.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNunca terei vergonha ou qualquer rebu\u00e7o de dar um passo atr\u00e1s se isso for necess\u00e1rio para garantir esse bem essencial que \u00e9 a seguran\u00e7a dos portugueses\u201d, destaca Ant\u00f3nio Costa.<\/p>\n\n\n\n

O governo n\u00e3o adotou o confinamento obrigat\u00f3rio, o chamado lockdown. Mas a ades\u00e3o firme da popula\u00e7\u00e3o \u00e0s recomenda\u00e7\u00f5es de distanciamento social \u00e9 tida como um dos motivos do sucesso no combate \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Logo no in\u00edcio da pandemia, muitas empresas adotaram o trabalho de casa e o pa\u00eds fechou as escolas e a fronteira com a Espanha.<\/p>\n\n\n\n

Portugal registrou 20 mil casos de Covid-19 e mil mortes.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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Decis\u00e3o de isolamento social salvou Portugal do mesmo destino da Espanha. (Foto-CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Pequenos passos e avalia\u00e7\u00e3o constante. Foi desta forma que Portugal come\u00e7ou, ontem, a flexibilizar algumas medidas de isolamento social. Dois meses depois do surgimento do primeiro caso de coronav\u00edrus no pa\u00eds, o n\u00famero de mortos \u00e9 de pouco mais de mil, enquanto na vizinha Espanha passa de 25 mil. Com muitos idosos e poucos leitos de UTI, Portugal apostou no distanciamento social precoce \u2014 determinado quando o pa\u00eds tinha apenas dois mortos por Covid-19 \u2014 e nos testes em massa.<\/p>\n\n\n\n

Portugal, que tem uma pol\u00edtica de combate ao novo coronav\u00edrus vista como exemplo, ter\u00e1 um processo de transi\u00e7\u00e3o em tr\u00eas fases, at\u00e9 junho. A partir desta segunda (4), os portugueses j\u00e1 podem sair de casa para fazer compras e ir ao cabelereiro.<\/p>\n\n\n\n

O uso de m\u00e1scaras \u00e9 obrigat\u00f3rio no transporte p\u00fablico, nas lojas e escolas. Quem descumprir a regra pode receber uma multa de mais de R$ 2 mil.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEstar no cabeleireiro de m\u00e1scara e luva foi a primeira vez. Mas \u00e9 o in\u00edcio. \u00c9 o in\u00edcio de uma fase\u201d, diz Marina Ferreira, cliente.<\/p>\n\n\n\n

A evolu\u00e7\u00e3o do desconfinamento vai ser avaliada a cada 15 dias. O primeiro-ministro Ant\u00f3nio Costa j\u00e1 disse que esse processo gradual apresenta riscos e garantiu que o governo pode suspender o plano a qualquer momento.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNunca terei vergonha ou qualquer rebu\u00e7o de dar um passo atr\u00e1s se isso for necess\u00e1rio para garantir esse bem essencial que \u00e9 a seguran\u00e7a dos portugueses\u201d, destaca Ant\u00f3nio Costa.<\/p>\n\n\n\n

O governo n\u00e3o adotou o confinamento obrigat\u00f3rio, o chamado lockdown. Mas a ades\u00e3o firme da popula\u00e7\u00e3o \u00e0s recomenda\u00e7\u00f5es de distanciamento social \u00e9 tida como um dos motivos do sucesso no combate \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Logo no in\u00edcio da pandemia, muitas empresas adotaram o trabalho de casa e o pa\u00eds fechou as escolas e a fronteira com a Espanha.<\/p>\n\n\n\n

Portugal registrou 20 mil casos de Covid-19 e mil mortes.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n

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Decis\u00e3o de isolamento social salvou Portugal do mesmo destino da Espanha. (Foto-CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Pequenos passos e avalia\u00e7\u00e3o constante. Foi desta forma que Portugal come\u00e7ou, ontem, a flexibilizar algumas medidas de isolamento social. Dois meses depois do surgimento do primeiro caso de coronav\u00edrus no pa\u00eds, o n\u00famero de mortos \u00e9 de pouco mais de mil, enquanto na vizinha Espanha passa de 25 mil. Com muitos idosos e poucos leitos de UTI, Portugal apostou no distanciamento social precoce \u2014 determinado quando o pa\u00eds tinha apenas dois mortos por Covid-19 \u2014 e nos testes em massa.<\/p>\n\n\n\n

Portugal, que tem uma pol\u00edtica de combate ao novo coronav\u00edrus vista como exemplo, ter\u00e1 um processo de transi\u00e7\u00e3o em tr\u00eas fases, at\u00e9 junho. A partir desta segunda (4), os portugueses j\u00e1 podem sair de casa para fazer compras e ir ao cabelereiro.<\/p>\n\n\n\n

O uso de m\u00e1scaras \u00e9 obrigat\u00f3rio no transporte p\u00fablico, nas lojas e escolas. Quem descumprir a regra pode receber uma multa de mais de R$ 2 mil.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEstar no cabeleireiro de m\u00e1scara e luva foi a primeira vez. Mas \u00e9 o in\u00edcio. \u00c9 o in\u00edcio de uma fase\u201d, diz Marina Ferreira, cliente.<\/p>\n\n\n\n

A evolu\u00e7\u00e3o do desconfinamento vai ser avaliada a cada 15 dias. O primeiro-ministro Ant\u00f3nio Costa j\u00e1 disse que esse processo gradual apresenta riscos e garantiu que o governo pode suspender o plano a qualquer momento.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNunca terei vergonha ou qualquer rebu\u00e7o de dar um passo atr\u00e1s se isso for necess\u00e1rio para garantir esse bem essencial que \u00e9 a seguran\u00e7a dos portugueses\u201d, destaca Ant\u00f3nio Costa.<\/p>\n\n\n\n

O governo n\u00e3o adotou o confinamento obrigat\u00f3rio, o chamado lockdown. Mas a ades\u00e3o firme da popula\u00e7\u00e3o \u00e0s recomenda\u00e7\u00f5es de distanciamento social \u00e9 tida como um dos motivos do sucesso no combate \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Logo no in\u00edcio da pandemia, muitas empresas adotaram o trabalho de casa e o pa\u00eds fechou as escolas e a fronteira com a Espanha.<\/p>\n\n\n\n

Portugal registrou 20 mil casos de Covid-19 e mil mortes.<\/p>\n\n\n\n

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Decis\u00e3o de isolamento social salvou Portugal do mesmo destino da Espanha. (Foto-CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Pequenos passos e avalia\u00e7\u00e3o constante. Foi desta forma que Portugal come\u00e7ou, ontem, a flexibilizar algumas medidas de isolamento social. Dois meses depois do surgimento do primeiro caso de coronav\u00edrus no pa\u00eds, o n\u00famero de mortos \u00e9 de pouco mais de mil, enquanto na vizinha Espanha passa de 25 mil. Com muitos idosos e poucos leitos de UTI, Portugal apostou no distanciamento social precoce \u2014 determinado quando o pa\u00eds tinha apenas dois mortos por Covid-19 \u2014 e nos testes em massa.<\/p>\n\n\n\n

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O uso de m\u00e1scaras \u00e9 obrigat\u00f3rio no transporte p\u00fablico, nas lojas e escolas. Quem descumprir a regra pode receber uma multa de mais de R$ 2 mil.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEstar no cabeleireiro de m\u00e1scara e luva foi a primeira vez. Mas \u00e9 o in\u00edcio. \u00c9 o in\u00edcio de uma fase\u201d, diz Marina Ferreira, cliente.<\/p>\n\n\n\n

A evolu\u00e7\u00e3o do desconfinamento vai ser avaliada a cada 15 dias. O primeiro-ministro Ant\u00f3nio Costa j\u00e1 disse que esse processo gradual apresenta riscos e garantiu que o governo pode suspender o plano a qualquer momento.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNunca terei vergonha ou qualquer rebu\u00e7o de dar um passo atr\u00e1s se isso for necess\u00e1rio para garantir esse bem essencial que \u00e9 a seguran\u00e7a dos portugueses\u201d, destaca Ant\u00f3nio Costa.<\/p>\n\n\n\n

O governo n\u00e3o adotou o confinamento obrigat\u00f3rio, o chamado lockdown. Mas a ades\u00e3o firme da popula\u00e7\u00e3o \u00e0s recomenda\u00e7\u00f5es de distanciamento social \u00e9 tida como um dos motivos do sucesso no combate \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

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Pequenos passos e avalia\u00e7\u00e3o constante. Foi desta forma que Portugal come\u00e7ou, ontem, a flexibilizar algumas medidas de isolamento social. Dois meses depois do surgimento do primeiro caso de coronav\u00edrus no pa\u00eds, o n\u00famero de mortos \u00e9 de pouco mais de mil, enquanto na vizinha Espanha passa de 25 mil. Com muitos idosos e poucos leitos de UTI, Portugal apostou no distanciamento social precoce \u2014 determinado quando o pa\u00eds tinha apenas dois mortos por Covid-19 \u2014 e nos testes em massa.<\/p>\n\n\n\n

Portugal, que tem uma pol\u00edtica de combate ao novo coronav\u00edrus vista como exemplo, ter\u00e1 um processo de transi\u00e7\u00e3o em tr\u00eas fases, at\u00e9 junho. A partir desta segunda (4), os portugueses j\u00e1 podem sair de casa para fazer compras e ir ao cabelereiro.<\/p>\n\n\n\n

O uso de m\u00e1scaras \u00e9 obrigat\u00f3rio no transporte p\u00fablico, nas lojas e escolas. Quem descumprir a regra pode receber uma multa de mais de R$ 2 mil.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEstar no cabeleireiro de m\u00e1scara e luva foi a primeira vez. Mas \u00e9 o in\u00edcio. \u00c9 o in\u00edcio de uma fase\u201d, diz Marina Ferreira, cliente.<\/p>\n\n\n\n

A evolu\u00e7\u00e3o do desconfinamento vai ser avaliada a cada 15 dias. O primeiro-ministro Ant\u00f3nio Costa j\u00e1 disse que esse processo gradual apresenta riscos e garantiu que o governo pode suspender o plano a qualquer momento.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNunca terei vergonha ou qualquer rebu\u00e7o de dar um passo atr\u00e1s se isso for necess\u00e1rio para garantir esse bem essencial que \u00e9 a seguran\u00e7a dos portugueses\u201d, destaca Ant\u00f3nio Costa.<\/p>\n\n\n\n

O governo n\u00e3o adotou o confinamento obrigat\u00f3rio, o chamado lockdown. Mas a ades\u00e3o firme da popula\u00e7\u00e3o \u00e0s recomenda\u00e7\u00f5es de distanciamento social \u00e9 tida como um dos motivos do sucesso no combate \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

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DEIXE SEU COMENT\u00c1RIO !!!<\/p>\n","post_title":"Trabalhadores sazonais e informais ficaram desamparados durante pandemia em Portugal","post_excerpt":"","post_status":"publish","comment_status":"closed","ping_status":"open","post_password":"","post_name":"trabalhadores-sazonais-e-informais-ficaram-desamparados-durante-pandemia-em-portugal","to_ping":"","pinged":"\nhttps:\/\/canalportugal.pt\/coronavirus-destroi-sonho-de-brasileiros-em-portugal-e-muitos-penam-para-voltar\/","post_modified":"2020-05-06 09:22:46","post_modified_gmt":"2020-05-06 09:22:46","post_content_filtered":"","post_parent":0,"guid":"https:\/\/canalportugal.pt\/?p=12293","menu_order":0,"post_type":"post","post_mime_type":"","comment_count":"0","filter":"raw"},{"ID":12281,"post_author":"1","post_date":"2020-05-05 09:11:19","post_date_gmt":"2020-05-05 09:11:19","post_content":"\n

A ministra da Sa\u00fade portuguesa, Marta Temido, explica a retomada das atividades e relata o temor de uma segunda onda da doen\u00e7a no pa\u00eds.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

LEIA TAMB\u00c9M: Coronav\u00edrus destr\u00f3i sonho de brasileiros em Portugal, e muitos penam para voltar<\/strong><\/a><\/p>\n\n\n\n

LEIA TAMB\u00c9M: Brasileiros em desespero nos aeroportos de Portugal<\/strong><\/a><\/p>\n\n\n\n

LEIA TAMB\u00c9M: Crise do coronav\u00edrus agrava adversidades de imigrantes brasileiros em Portugal<\/strong><\/a><\/p>\n\n\n\n

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Decis\u00e3o de isolamento social salvou Portugal do mesmo destino da Espanha. (Foto-CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Pequenos passos e avalia\u00e7\u00e3o constante. Foi desta forma que Portugal come\u00e7ou, ontem, a flexibilizar algumas medidas de isolamento social. Dois meses depois do surgimento do primeiro caso de coronav\u00edrus no pa\u00eds, o n\u00famero de mortos \u00e9 de pouco mais de mil, enquanto na vizinha Espanha passa de 25 mil. Com muitos idosos e poucos leitos de UTI, Portugal apostou no distanciamento social precoce \u2014 determinado quando o pa\u00eds tinha apenas dois mortos por Covid-19 \u2014 e nos testes em massa.<\/p>\n\n\n\n

Portugal, que tem uma pol\u00edtica de combate ao novo coronav\u00edrus vista como exemplo, ter\u00e1 um processo de transi\u00e7\u00e3o em tr\u00eas fases, at\u00e9 junho. A partir desta segunda (4), os portugueses j\u00e1 podem sair de casa para fazer compras e ir ao cabelereiro.<\/p>\n\n\n\n

O uso de m\u00e1scaras \u00e9 obrigat\u00f3rio no transporte p\u00fablico, nas lojas e escolas. Quem descumprir a regra pode receber uma multa de mais de R$ 2 mil.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEstar no cabeleireiro de m\u00e1scara e luva foi a primeira vez. Mas \u00e9 o in\u00edcio. \u00c9 o in\u00edcio de uma fase\u201d, diz Marina Ferreira, cliente.<\/p>\n\n\n\n

A evolu\u00e7\u00e3o do desconfinamento vai ser avaliada a cada 15 dias. O primeiro-ministro Ant\u00f3nio Costa j\u00e1 disse que esse processo gradual apresenta riscos e garantiu que o governo pode suspender o plano a qualquer momento.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNunca terei vergonha ou qualquer rebu\u00e7o de dar um passo atr\u00e1s se isso for necess\u00e1rio para garantir esse bem essencial que \u00e9 a seguran\u00e7a dos portugueses\u201d, destaca Ant\u00f3nio Costa.<\/p>\n\n\n\n

O governo n\u00e3o adotou o confinamento obrigat\u00f3rio, o chamado lockdown. Mas a ades\u00e3o firme da popula\u00e7\u00e3o \u00e0s recomenda\u00e7\u00f5es de distanciamento social \u00e9 tida como um dos motivos do sucesso no combate \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Logo no in\u00edcio da pandemia, muitas empresas adotaram o trabalho de casa e o pa\u00eds fechou as escolas e a fronteira com a Espanha.<\/p>\n\n\n\n

Portugal registrou 20 mil casos de Covid-19 e mil mortes.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n

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Embora o desemprego tenha aumentado 9% em mar\u00e7o, o gasto com seguro-desemprego diminuiu 7,1 milh\u00f5es de euros em mar\u00e7o de 2019 e os pedidos de seguro-desemprego ca\u00edram 2,4%, indicando que as pessoas est\u00e3o ficando de fora do sistema.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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Eles n\u00e3o t\u00eam os contratos e recibos necess\u00e1rios para pedir seguro.<\/p>\n\n\n\n

Embora o desemprego tenha aumentado 9% em mar\u00e7o, o gasto com seguro-desemprego diminuiu 7,1 milh\u00f5es de euros em mar\u00e7o de 2019 e os pedidos de seguro-desemprego ca\u00edram 2,4%, indicando que as pessoas est\u00e3o ficando de fora do sistema.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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Como dezenas de milhares de trabalhadores sazonais, imigrantes ou sem documentos atingidos duramente pelo surto em Portugal, F\u00e1tima n\u00e3o est\u00e1 sendo amparada pela rede de seguran\u00e7a social do governo.<\/p>\n\n\n\n

Eles n\u00e3o t\u00eam os contratos e recibos necess\u00e1rios para pedir seguro.<\/p>\n\n\n\n

Embora o desemprego tenha aumentado 9% em mar\u00e7o, o gasto com seguro-desemprego diminuiu 7,1 milh\u00f5es de euros em mar\u00e7o de 2019 e os pedidos de seguro-desemprego ca\u00edram 2,4%, indicando que as pessoas est\u00e3o ficando de fora do sistema.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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\"Sem esta pandemia, eu jamais teria pensado nisso. Mas n\u00e3o estou ganhando um centavo.\"<\/p>\n\n\n\n

Como dezenas de milhares de trabalhadores sazonais, imigrantes ou sem documentos atingidos duramente pelo surto em Portugal, F\u00e1tima n\u00e3o est\u00e1 sendo amparada pela rede de seguran\u00e7a social do governo.<\/p>\n\n\n\n

Eles n\u00e3o t\u00eam os contratos e recibos necess\u00e1rios para pedir seguro.<\/p>\n\n\n\n

Embora o desemprego tenha aumentado 9% em mar\u00e7o, o gasto com seguro-desemprego diminuiu 7,1 milh\u00f5es de euros em mar\u00e7o de 2019 e os pedidos de seguro-desemprego ca\u00edram 2,4%, indicando que as pessoas est\u00e3o ficando de fora do sistema.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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\"Estou t\u00e3o envergonhada de estar aqui\", disse ela \u00e0 Reuters ao receber sua refei\u00e7\u00e3o di\u00e1ria na Comunidade Vida e Paz, uma organiza\u00e7\u00e3o que oferece alimento para os necessitados todas as noites.<\/p>\n\n\n\n

\"Sem esta pandemia, eu jamais teria pensado nisso. Mas n\u00e3o estou ganhando um centavo.\"<\/p>\n\n\n\n

Como dezenas de milhares de trabalhadores sazonais, imigrantes ou sem documentos atingidos duramente pelo surto em Portugal, F\u00e1tima n\u00e3o est\u00e1 sendo amparada pela rede de seguran\u00e7a social do governo.<\/p>\n\n\n\n

Eles n\u00e3o t\u00eam os contratos e recibos necess\u00e1rios para pedir seguro.<\/p>\n\n\n\n

Embora o desemprego tenha aumentado 9% em mar\u00e7o, o gasto com seguro-desemprego diminuiu 7,1 milh\u00f5es de euros em mar\u00e7o de 2019 e os pedidos de seguro-desemprego ca\u00edram 2,4%, indicando que as pessoas est\u00e3o ficando de fora do sistema.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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F\u00e1tima, de 57 anos, estava no meio de um curso para desempregados de longa data em um centro de empregos de Lisboa, ganhando cerca de 10 euros por dia com a venda de joias e bugigangas em barracas de rua e centros comunit\u00e1rios para pagar as contas, quando a pandemia de coronav\u00edrus chegou.<\/p>\n\n\n\n

\"Estou t\u00e3o envergonhada de estar aqui\", disse ela \u00e0 Reuters ao receber sua refei\u00e7\u00e3o di\u00e1ria na Comunidade Vida e Paz, uma organiza\u00e7\u00e3o que oferece alimento para os necessitados todas as noites.<\/p>\n\n\n\n

\"Sem esta pandemia, eu jamais teria pensado nisso. Mas n\u00e3o estou ganhando um centavo.\"<\/p>\n\n\n\n

Como dezenas de milhares de trabalhadores sazonais, imigrantes ou sem documentos atingidos duramente pelo surto em Portugal, F\u00e1tima n\u00e3o est\u00e1 sendo amparada pela rede de seguran\u00e7a social do governo.<\/p>\n\n\n\n

Eles n\u00e3o t\u00eam os contratos e recibos necess\u00e1rios para pedir seguro.<\/p>\n\n\n\n

Embora o desemprego tenha aumentado 9% em mar\u00e7o, o gasto com seguro-desemprego diminuiu 7,1 milh\u00f5es de euros em mar\u00e7o de 2019 e os pedidos de seguro-desemprego ca\u00edram 2,4%, indicando que as pessoas est\u00e3o ficando de fora do sistema.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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F\u00e1tima, de 57 anos, ganhava cerca de 10 euros por dia com a venda de joias e bugigangas em barracas de rua. (Foto-CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

F\u00e1tima, de 57 anos, estava no meio de um curso para desempregados de longa data em um centro de empregos de Lisboa, ganhando cerca de 10 euros por dia com a venda de joias e bugigangas em barracas de rua e centros comunit\u00e1rios para pagar as contas, quando a pandemia de coronav\u00edrus chegou.<\/p>\n\n\n\n

\"Estou t\u00e3o envergonhada de estar aqui\", disse ela \u00e0 Reuters ao receber sua refei\u00e7\u00e3o di\u00e1ria na Comunidade Vida e Paz, uma organiza\u00e7\u00e3o que oferece alimento para os necessitados todas as noites.<\/p>\n\n\n\n

\"Sem esta pandemia, eu jamais teria pensado nisso. Mas n\u00e3o estou ganhando um centavo.\"<\/p>\n\n\n\n

Como dezenas de milhares de trabalhadores sazonais, imigrantes ou sem documentos atingidos duramente pelo surto em Portugal, F\u00e1tima n\u00e3o est\u00e1 sendo amparada pela rede de seguran\u00e7a social do governo.<\/p>\n\n\n\n

Eles n\u00e3o t\u00eam os contratos e recibos necess\u00e1rios para pedir seguro.<\/p>\n\n\n\n

Embora o desemprego tenha aumentado 9% em mar\u00e7o, o gasto com seguro-desemprego diminuiu 7,1 milh\u00f5es de euros em mar\u00e7o de 2019 e os pedidos de seguro-desemprego ca\u00edram 2,4%, indicando que as pessoas est\u00e3o ficando de fora do sistema.<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/www.youtube.com\/watch?v=iBfW-3C6Ma8&t=9s\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n
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F\u00e1tima, de 57 anos, ganhava cerca de 10 euros por dia com a venda de joias e bugigangas em barracas de rua. (Foto-CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

F\u00e1tima, de 57 anos, estava no meio de um curso para desempregados de longa data em um centro de empregos de Lisboa, ganhando cerca de 10 euros por dia com a venda de joias e bugigangas em barracas de rua e centros comunit\u00e1rios para pagar as contas, quando a pandemia de coronav\u00edrus chegou.<\/p>\n\n\n\n

\"Estou t\u00e3o envergonhada de estar aqui\", disse ela \u00e0 Reuters ao receber sua refei\u00e7\u00e3o di\u00e1ria na Comunidade Vida e Paz, uma organiza\u00e7\u00e3o que oferece alimento para os necessitados todas as noites.<\/p>\n\n\n\n

\"Sem esta pandemia, eu jamais teria pensado nisso. Mas n\u00e3o estou ganhando um centavo.\"<\/p>\n\n\n\n

Como dezenas de milhares de trabalhadores sazonais, imigrantes ou sem documentos atingidos duramente pelo surto em Portugal, F\u00e1tima n\u00e3o est\u00e1 sendo amparada pela rede de seguran\u00e7a social do governo.<\/p>\n\n\n\n

Eles n\u00e3o t\u00eam os contratos e recibos necess\u00e1rios para pedir seguro.<\/p>\n\n\n\n

Embora o desemprego tenha aumentado 9% em mar\u00e7o, o gasto com seguro-desemprego diminuiu 7,1 milh\u00f5es de euros em mar\u00e7o de 2019 e os pedidos de seguro-desemprego ca\u00edram 2,4%, indicando que as pessoas est\u00e3o ficando de fora do sistema.<\/p>\n\n\n\n

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F\u00e1tima, de 57 anos, ganhava cerca de 10 euros por dia com a venda de joias e bugigangas em barracas de rua. (Foto-CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

F\u00e1tima, de 57 anos, estava no meio de um curso para desempregados de longa data em um centro de empregos de Lisboa, ganhando cerca de 10 euros por dia com a venda de joias e bugigangas em barracas de rua e centros comunit\u00e1rios para pagar as contas, quando a pandemia de coronav\u00edrus chegou.<\/p>\n\n\n\n

\"Estou t\u00e3o envergonhada de estar aqui\", disse ela \u00e0 Reuters ao receber sua refei\u00e7\u00e3o di\u00e1ria na Comunidade Vida e Paz, uma organiza\u00e7\u00e3o que oferece alimento para os necessitados todas as noites.<\/p>\n\n\n\n

\"Sem esta pandemia, eu jamais teria pensado nisso. Mas n\u00e3o estou ganhando um centavo.\"<\/p>\n\n\n\n

Como dezenas de milhares de trabalhadores sazonais, imigrantes ou sem documentos atingidos duramente pelo surto em Portugal, F\u00e1tima n\u00e3o est\u00e1 sendo amparada pela rede de seguran\u00e7a social do governo.<\/p>\n\n\n\n

Eles n\u00e3o t\u00eam os contratos e recibos necess\u00e1rios para pedir seguro.<\/p>\n\n\n\n

Embora o desemprego tenha aumentado 9% em mar\u00e7o, o gasto com seguro-desemprego diminuiu 7,1 milh\u00f5es de euros em mar\u00e7o de 2019 e os pedidos de seguro-desemprego ca\u00edram 2,4%, indicando que as pessoas est\u00e3o ficando de fora do sistema.<\/p>\n\n\n\n

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F\u00e1tima, de 57 anos, ganhava cerca de 10 euros por dia com a venda de joias e bugigangas em barracas de rua. (Foto-CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

F\u00e1tima, de 57 anos, estava no meio de um curso para desempregados de longa data em um centro de empregos de Lisboa, ganhando cerca de 10 euros por dia com a venda de joias e bugigangas em barracas de rua e centros comunit\u00e1rios para pagar as contas, quando a pandemia de coronav\u00edrus chegou.<\/p>\n\n\n\n

\"Estou t\u00e3o envergonhada de estar aqui\", disse ela \u00e0 Reuters ao receber sua refei\u00e7\u00e3o di\u00e1ria na Comunidade Vida e Paz, uma organiza\u00e7\u00e3o que oferece alimento para os necessitados todas as noites.<\/p>\n\n\n\n

\"Sem esta pandemia, eu jamais teria pensado nisso. Mas n\u00e3o estou ganhando um centavo.\"<\/p>\n\n\n\n

Como dezenas de milhares de trabalhadores sazonais, imigrantes ou sem documentos atingidos duramente pelo surto em Portugal, F\u00e1tima n\u00e3o est\u00e1 sendo amparada pela rede de seguran\u00e7a social do governo.<\/p>\n\n\n\n

Eles n\u00e3o t\u00eam os contratos e recibos necess\u00e1rios para pedir seguro.<\/p>\n\n\n\n

Embora o desemprego tenha aumentado 9% em mar\u00e7o, o gasto com seguro-desemprego diminuiu 7,1 milh\u00f5es de euros em mar\u00e7o de 2019 e os pedidos de seguro-desemprego ca\u00edram 2,4%, indicando que as pessoas est\u00e3o ficando de fora do sistema.<\/p>\n\n\n\n

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Dezenas de milhares de trabalhadores sazonais, imigrantes ou sem documentos foram atingidos duramente pelo surto do coronav\u00edrus em Portugal, e n\u00e3o conseguem ser amparados pela rede de seguran\u00e7a social do governo.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

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F\u00e1tima, de 57 anos, ganhava cerca de 10 euros por dia com a venda de joias e bugigangas em barracas de rua. (Foto-CWB)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

F\u00e1tima, de 57 anos, estava no meio de um curso para desempregados de longa data em um centro de empregos de Lisboa, ganhando cerca de 10 euros por dia com a venda de joias e bugigangas em barracas de rua e centros comunit\u00e1rios para pagar as contas, quando a pandemia de coronav\u00edrus chegou.<\/p>\n\n\n\n

\"Estou t\u00e3o envergonhada de estar aqui\", disse ela \u00e0 Reuters ao receber sua refei\u00e7\u00e3o di\u00e1ria na Comunidade Vida e Paz, uma organiza\u00e7\u00e3o que oferece alimento para os necessitados todas as noites.<\/p>\n\n\n\n

\"Sem esta pandemia, eu jamais teria pensado nisso. Mas n\u00e3o estou ganhando um centavo.\"<\/p>\n\n\n\n

Como dezenas de milhares de trabalhadores sazonais, imigrantes ou sem documentos atingidos duramente pelo surto em Portugal, F\u00e1tima n\u00e3o est\u00e1 sendo amparada pela rede de seguran\u00e7a social do governo.<\/p>\n\n\n\n

Eles n\u00e3o t\u00eam os contratos e recibos necess\u00e1rios para pedir seguro.<\/p>\n\n\n\n

Embora o desemprego tenha aumentado 9% em mar\u00e7o, o gasto com seguro-desemprego diminuiu 7,1 milh\u00f5es de euros em mar\u00e7o de 2019 e os pedidos de seguro-desemprego ca\u00edram 2,4%, indicando que as pessoas est\u00e3o ficando de fora do sistema.<\/p>\n\n\n\n

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