Depois de marcar R10 pelo Flamengo, Caio Quiroga recomeça no Sporting Covilhã de Portugal

Por Juan Andrade.

Formado na base do Rubro-Negro, Caio Quiroga recorda dia em que recebeu a missão de parar o craque brasileiro, lembra frustração por falta de chances no Fla e agora se aventura na Europa.

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Caio Quiroga marcou Ronaldinho Gaúcho com apenas 16 anos de idade — (Foto: Alexandre Vidal/Fla Imagem)

Foram 11 anos de Flamengo, muitas histórias para contar e um momento especial: ter a missão de marcar Ronaldinho Gaúcho com apenas 16 anos de idade. Essa é resumidamente a trajetória de Caio Quiroga com a camisa do clube carioca.

O volante ficou conhecido no início de 2011 ao ser promovido ao elenco principal pelo técnico Vanderlei Luxemburgo e ficar incumbido de parar o R10, então recém-chegado ao Flamengo, em um treinamento. E não foi mal.

– Foi um momento muito marcante na minha vida. Antes disso só o via na TV. Eu tenho guardado na memória a cena que ele veio conduzindo a bola para cima de mim até hoje. Me lembro perfeitamente, foi marcante. Parar o “Bruxo” nem os melhores zagueiros do mundo conseguiram, nem eu (risos). Mas consegui chamar atenção roubando algumas bolas, pois era o primeiro coletivo dele da temporada – lembra.

Caio Quiroga atualmente joga a segunda divisão de Portugal pelo Sporting Covilhã — (Foto: Arquivo Pessoal)

Hoje, Caio Quiroga tem 24 anos e defende o Sporting Covilhã, da segunda divisão de Portugal. Ele chegou à Europa após não ter sido aproveitado pelo Flamengo e rodado por ASA, Ituano e Luverdense.

Ele, inclusive, não esconde uma certa frustração por não ter recebido oportunidades no Rubro-Negro e ter sido liberado pelo clube no início de 2015.

– Infelizmente, são coisas que acontecem no futebol, principalmente no nosso país. De certa forma, você acaba ficando um pouco desiludido com isso, mas eu vi que não acontecia só comigo. Mesmo assim, não deixei isso me abater e continuei lutando para ter o meu espaço no futebol – disse.

Caio Quiroga ao lado de Philippe Coutinho na base da seleção brasileira — (Foto: Arquivo Pessoal)

Caio Quiroga passou por quase todas as categorias inferiores do Flamengo. Chegou, inclusive, às seleções de base. Durante um dos torneios, conviveu de perto com Philippe Coutinho, apesar de terem atuado em categorias diferentes – o craque do Barcelona é dois anos mais velho que Caio.

– Foi um momento muito especial. Foi um campeonato de infantil que jogamos. O Coutinho foi disputar o mesmo campeonato, só que com os mais velhos. Eu já o conhecia antes da Seleção, mas ele sempre foi uma boa pessoa, além de ser um super craque e merece tudo o que tem vivido – afirma.

Durante os anos de Flamengo, Caio Quiroga ainda ganhou a amizade de alguns jogadores que marcaram época com a camisa do clube carioca, como, por exemplo, Leonardo Moura, hoje no Grêmio.

Caio Quiroga colecionou diversos títulos na base do Flamengo — (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

– O Léo Moura sempre gostou de mim e se tornou meu amigo. Um dia, quando fui treinar com os profissionais, o Léo sabendo de toda repercussão que tinha dado por eu ter marcado o Ronaldinho, me chamou e falou: “Vai lá pedir a benção para o padrinho (me apontando para o Ronaldinho)”. Eu fui todo envergonhado e apertei a mão dele – recorda.

Recomeço

O volante chegou em 2017 ao futebol português para defender o CD Sobrado, que disputa uma espécie de campeonato distrital no país.

Rapidamente se destacou e acabou negociado com o Sporting Covilhã na última janela de transferências.

Caio chegou em Portugal em 2017 para iniciar a carreira na Europa — (Foto: Arquivo Pessoal)

– Eu sempre sonhei em vir para Europa. Então me apareceram umas oportunidades aqui em Portugal, e o Sobrado me abriu as portas de começar uma carreira na Europa. Acho que na vida temos que nos adaptar a qualquer circunstância. É um clube que tem uma direção muito correta e amiga, cumpre com seus deveres. É uma oportunidade de aparecer para grande potências de Portugal e toda Europa.

No último fim de semana, Caio marcou o seu primeiro gol em uma partida oficial pelo Covilhã. Ele entrou no segundo tempo e, aos 43 minutos, anotou o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Oliveirense.

– Graças a Deus foi um gol importante, onde foi nossa primeira vitória em casa na II Liga. Tive uma sequência boa de jogos desde o início dos amistosos, fiz quatro gols na pré-temporada e consegui fazer o primeiro valendo. Com a mudança de treinador, esse foi o primeiro jogo que fiquei no banco, mas acabei entrando no final e ajudando toda equipe.

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