Sabendo que o procedimento é legal em Portugal, dezenas de brasileiras têm atravessado o oceano em busca de um procedimento seguro e com um custo muito acessível. A possibilidade de um aborto legal em Portugal, há mais de 10 anos, tem atraído mulheres de diversas partes do mundo.
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O “sim” chegou por referendo em 2007: o aborto tornou-se legal em Portugal, mas a decisão não foi um sucesso imediato. Poucos anos depois, em 2010 e 2011, foi registado um pico, com mais de 20 mil abortos em cada ano. Desde 2012, a tendência deu a volta e o número tem vindo a cair. Em 2017, foram realizadas 15 492 interrupções de gravidez, menos 3% (467) do que o ano transato, de acordo com o Eurostat. Os dados foram avançados pelo Jornal de Notícias.
Numa entrevista ao mesmo jornal, Luís Graça, professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e um dos envolvidos na aprovação da lei do aborto, destaca “o bom funcionamento dos centros de saúde na área do planeamento” como um dos responsáveis pelas estatísticas positivas. Mas o também antigo diretor do serviço de ginecologia e obstetrícia do Hospital de Santa Maria alerta: pode haver vários casos não registados.
O sub-registo e a dificuldade de acesso ao serviço podem estar a amenizar os números. Assunto que não é novo, desde que a Entidade Reguladora da Saúde denunciou constrangimentos no acesso em hospitais de Lisboa.
A facilidade de acesso e o idioma são os maiores atrativos as brasileiras para abortar em Portugal
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