Portugal impõe racionamento de combustível em meio a greve de motoristas


Motoristas de transporte de combustível começaram paralisação nesta segunda-feira (12). Cerca de 30% dos postos estão sem abastecimento, diz a Reuters; governo declarou crise energética na sexta (9).

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Foto mostra bombas de combustível fora de serviço em meio à greve desta segunda-feira (12) em Lisboa, Portugal. (Foto: Rafael Marchante/Reuters)

O governo de Portugal impôs, nesta segunda-feira (12), um racionamento de combustível no país, informou a Reuters. Cerca de 30% dos postos estão sem abastecimento, e motoristas de transporte de combustível começaram uma greve por tempo indeterminado.

Em abril, uma greve semelhante foi a pior agitação industrial de Portugal em anos, provocando críticas ao governo socialista – que promete impedir que a greve paralise o país no auge da temporada de turismo.

O governo também declarou uma crise energética na sexta-feira (9) – o que lhe permitiu garantir o abastecimento dos portos, hospitais, aeroportos e outros consumidores prioritários.

Foram decretados serviços mínimos para a rede de postos de abastecimento do país. O racionamento de combustível para o público restringe os condutores a um máximo de 15 litros de gasolina ou diesel a cada abastecimento em estações específicas, cobertas pelo regime de serviços mínimos decretado pelo governo; e a 25 litros em todas as outras estações.

“Eu gostaria de salientar como algo positivo que serviços mínimos estão sendo prestados… A situação é de normalidade e civilidade”, declarou o primeiro-ministro, António Costa, à imprensa.

 

Placa em posto de combustível perto de Lisboa, em Portugal, nesta segunda-feira (12), diz “crise energética: abastecimento limitado a 25 litros” (Foto: Rafael Marchante/Reuters)

Não houve necessidade de recorrer a um plano de apoio para o uso de motoristas do exército e da polícia, disse Costa, embora o governo esteja pronto para adotar essas e outras medidas especiais se o fornecimento for comprometido.

Segunda paralisação

Os motoristas decidiram parar o trabalho pela segunda vez este ano, depois que as negociações com empregadores do setor privado sobre salários melhores e direitos trabalhistas falharam.

O Sindicato Nacional dos Condutores de Materiais Perigosos, que convocou a greve, disse que cumpriria os serviços mínimos. Há preocupações, entretanto, de que eles não o façam, depois que alguns líderes sindicais pediram que esses serviços também fossem suspensos.

Costa pediu que as negociações entre o sindicato e os empregadores sejam retomadas o mais rápido possível.

Os motoristas disseram que a greve continuará até que a associação de empregadores faça uma “proposta razoável”.

“Até lá, vamos fazer greve por um dia, uma semana, um mês, pelo tempo que for necessário”, disse o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Condutores de Materiais Perigosos, Pedro Pardal Henriques. O Sindicato dos Motoristas de Frete Independente (SIMM) também participará da paralisação.

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