Sérgio Moro diz ter inveja do número de homicídios registado em Portugal


Por RALF FURTADO.

Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, comentou inclusive, sobre a dificuldade no desenvolvimento da Operação Marquês, na conferência de abertura do VII Fórum Jurídico de Lisboa.

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Sergio moro em Portugal. (Foto-Reprodução)

O ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sérgio Moro, falou que há também em Portugal, uma “dificuldade institucional” em fazer avançar os processos, citando o processo contra antigo primeiro-ministro José Sócrates.

Já nesta segunda-feira antigo primeiro-ministro José Sócrates afirmou que o Brasil está a viver “uma tragédia institucional” e considerou que o atual ministro brasileiro da Justiça, Sérgio Moro, atuou como “um ativista político disfarçado de juiz”.

“O Brasil está perto da centésima posição no Índice de Percepção da Corrupção, enquanto Portugal está entre a vigésima e a trigésima posição. É famoso o exemplo envolvendo o antigo primeiro-ministro José Sócrates , que, vendo à distância, percebe-se alguma dificuldade institucional para que esse processo caminhe num tempo razoável, assim como nós temos essa dificuldade institucional no Brasil”, disse o governante e o ex-juiz responsável pela Operação Lava Jato.

Falando na Conferência de Abertura sobre o Estado Democrático de Direito e o Combate à Criminalidade Organizada e à Corrupção, no VII Fórum Jurídico de Lisboa, que envolve vários juristas e governantes portugueses e brasileiros, Sérgio Moro disse que “a corrupção, a criminalidade violenta e a criminalidade organizada caminham juntas”, e explicou que estes desafios levaram o executivo brasileiro a optar por uma abordagem conjunta.

“Com estes desafios, a nossa opção foi apresentar um projeto com medidas simples, mas fundamentais, porque estes três tipos de crime caminham juntos”, disse o governante, vincando que “boa parte dos homicídios constitui um produto de disputa de mercado entre organizações criminosas ou cobranças, muitas vezes com sangue, feitas a utilizadores do mercado de droga”.

A corrupção, lamentou, “muitas vezes desvia os recursos públicos que deviam servir para enfrentar eficazmente os recursos do Estado contra a criminalidade violenta e organizada”.

Na intervenção, maioritariamente composta pela apresentação do projeto do Governo brasileiro sobre este tema, Sérgio Moro comparou a criminalidade violenta no Brasil e em Portugal, considerando que as diferenças são enormes: “Temos um problema sério com a criminalidade violenta: em 2016 alcançamos o triste recorde de mais de 60 mil homicídios, e a taxa mantém-se mais ou menos nessa linha, enquanto em Portugal houve 76 homicídios, ou seja, a diferença é brutal, e nesse ponto Portugal causa-nos muito inveja”.

Sérgio Moro foi o juiz responsável pela condução da Operação Lava Jato, que desvendou grandes esquemas de corrupção na estatal petrolífera brasileira Petrobras, e pela prisão de empresários, ex-funcionários públicos e políticos de renome como o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apoio estatal

Esse evento jurídico que foi organizado pelo juiz do STF Gilmar Mendes e pela FGV em Lisboa, conta com um belo patrocínio da estatal brasileira da Itaipu Binacional, que desembolsou a bagatela de R$ 1,5 milhão.

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