Por ÉPOCA.
Durante um programa de apoio à inserção de startups brasileiras, em Lisboa, empreendedores tiveram agenda intensa, com direito a consultoria e reunião com possíveis investidores.
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Projetos maduros e com potencial para brigar no mercado internacional. Este foi o padrão das 15 startups brasileiras que estiveram na quinta etapa do programa chamado, Startout Brasil, que ocorreu de 11 a 16 de novembro, em Lisboa. As empresas imergiram no ciclo de internacionalização, com programação voltada para o treinamento de pitches, avaliações e feedbacks, visitas a laboratórios e incubadoras locais, além de encontros com potenciais investidores do mercado português e europeu.
“O intuito é chegar ao mercado onde a gente não tinha conexões, reparar as startups e os empresários para que possam seguir a jornada”, afirma Fernanda Baker, analista da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), uma das realizadoras do Startout Brasil, ao lado do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Ministério das Relaçõ es Exteriores (MRE), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Associaçã o Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). A agenda teve início logo após o Web Summit 2018, maior conferência de tecnologia do mundo, que ocorreu de 5 a 8 de novembro também na capital lusitana.
“Tivemos contato com grandes empresas, como um fundo de investimento com o capital israelense. Saímos com possível investidor série A”, destaca Wagner Martins, diretor comercial da Biosolvit, startup com soluções em biotecnologia que usa resíduos naturais para absorver o petróleo dos oceanos.
Startups nas áreas de logística, otimização industrial, inteligência artificial, educação e segurança da informação também participaram do evento. Para Fernando Gouvea Filho, cofundador da Outra Coisa, especializada em mobile learning, a participação no Startout Brasil veio na hora certa. Ele e o sócio levaram a spin-off Joco para a iniciativa e revelam especificidades da cultura portuguesa. “O que mais nos impressionou aqui foi o quanto a parte de fazer negócios está enraizada. São menos formais e mais amigáveis”, conta.
Ávidas em busca de internacionalização, as empresas devem ter consciência de que precisam passar por etapas de preparação, ressalta Marcos Vale, analista de Internacionalização da Apex-Brasil. Para ele, planejar a missão de imersão é o primeiro pilar, seguido por “encontrar parceiros de negócios, contadores, advogados e empresas de logística”.
De acordo com o relatório State of European Tech, da sociedade de capital de risco Atomico, é justamente a facilidade de acesso ao mercado local, ao talento e ao financiamento que torna Lisboa uma das cidades favoritas da Europa para se investir. Ciente do objetivo de se tornar hub tecnológico, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira (CCILB), Francisco Murteira Nabo, avalia os acordos Brasil-Portugal. “Precisamos de parceiros como o Brasil, que representa mais de 50% do Mercosul. Ao entrar em Portugal, os investidores brasileiros têm de saber que estão na Europa, onde circulam quase 800 milhões de pessoas.”
É pensando neste potencial que a Rocket.Chat estuda a abertura de escritório em solo lusitano. Lançada há dois anos e meio, a empresa nasceu internacionalizada, com mais de 70% do mercado dividido entre EUA (40%) e Europa (30%). “Temos mais de 250 mil servidores em mais de 150 países com mais de 12 milhões de usuários. Queremos abrir um escritório aqui para dar suporte a este mercado”, detalha Leandro Coletti, head de Receitas
e Estratégias da startup, que oferta soluções para comunicação corporativa por meio de plataforma de chamadas de áudio e vídeo e envio de arquivos em diferentes formatos.
A Rocket.Chat participou do Startout Brasil pela segunda vez, e foi a vencedora na categoria Estratégia de Mercado, na etapa Lisboa. As startups Labsoft e Asel-Tech ficaram com os prêmios de Melhor Pitch e Melhor Inovação, respectivamente. A premiação foi consagrada durante o Demoday, dia de demonstração que deu às equipes a oportunidade de apresentarem suas empresas para investidores portugueses.
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